O Mapa acima, se refere AO IRAQUE, e suas possibilidades econômicas, justificadoras dos interesses internacionais neste país do Oriente Médio, motivações estas ligadas aos Conflitos, que neste ano de 2008, completou 5 ANOS DE OCUPAÇÃO NORTE-AMERICANA !
Esta imagem acima, construída por americanos, caracteriza quem está pagando por esta Guerra, e que é o causador deste ato de EXTERMÍNIO sem precedentes neste início de milênio e século.
VOCÊ SABE QUEM É O CIDADÃO ACIMA ? ADVINHE!
Há pouco mais de um ano, um atentado terrorista mudava a história do Iraque. Ao contrário das explosões que acontecem quase todos os dias no país, essa não matou nem feriu ninguém. Deu início, contudo, a uma violenta disputa entre os principais grupos religiosos do país - que agora está mergulhado no que muitos dizem ser uma verdadeira guerra civil. O brutal confronto entre xiitas e sunitas tem solução? Entenda o assunto:
Esta imagem acima, construída por americanos, caracteriza quem está pagando por esta Guerra, e que é o causador deste ato de EXTERMÍNIO sem precedentes neste início de milênio e século.
VOCÊ SABE QUEM É O CIDADÃO ACIMA ? ADVINHE!
EXPLICAÇÕES DO BUSH PARA OS CONFLITOS ! TRADUÇÃO SERÁ POSSÍVEL DE ENTENDER AS CAUSAS DOS CONFLITOS !
ESTE CONFLITO, O DO IRAQUE, É UM DAQUELES DE TIRAR O FÔLEGO, DE TANTAS INFORMAÇÕES, E AS VEZES, OU A MAIORIA DELAS, CONTRADITÓRIAS, E AO MESMO TEMPO, NOS MOSTRAM UMA VISÃO DISTORCIDAS DAS COISAS.
POR ISSO, ESCOLHI UM TEXTO, E VÁRIAS PERGUNTAS SOBRE O TEMA, ALÉM DE REPORTAGEM DE JORNAIS REENTES SOBRE O TEMA.
Em março de 2003, ou seja, a CINCO ANOS ATRÁS, EUA e Inglaterra invadiram o Iraque na intenção de derrubar o presidente-ditador Saddam Hussein. O Iraque era acusado pelo presidente norte-americano George Bush de patrocinar o terrorismo internacional, tendo inclusive vínculos com o grupo Al-Qaeda e com Osama Bin Laden e de ter armas de destruição em massa – químicas, biológicas e nucleares – capazes de atingir aliados e alvos dos EUA. Hussein seria, assim, um “perigo para a humanidade”. Em menos de um mês a maquina de guerra anglo-americana obteve o êxito esperado. Saddam foi obrigado a deixar o poder e seus principais auxiliares acabaram fugindo, quando não presos ou mortos. O próprio ditador acabou capturado pelos EUA, devendo em breve ser julgado por seus “crimes”, o que deverá ocorrer no próprio Iraque, tendo como juízes seus inimigos. Um julgamento internacional seria constrangedor para as potências ocidentais. Afinal, elas num passado não muito distante apoiavam Saddam e este poderiam revelar fatos embaraçosos sobre EUA, Inglaterra, França, Alemanha, Rússia etc.
Mas se foi fácil invadir o Iraque, sair está sendo complicado. Quase todo dia os EUA e seus aliados sofrem ataques por parte de uma incômoda resistência, que se intensificou em meados de abril de 2004. A imagem internacional americana cada dia está mais chamuscada, pois além do fato da invasão não ter contado com o apoio da ONU e maioria dos países (portanto, contrariando todos os princípios do direito internacional), não foram encontradas as tais armas de destruição em massa de Saddam. Descobriu-se, ao invés, uma rede de mentiras, espionagem e falsificação de documentos oficiais sobre o Iraque, de modo a apresentá-lo como um perigo maior do que de fato era. Para alguns analistas, um aumento do bloqueio econômico e um maior apoio à oposição levariam os próprios iraquianos a derrubarem o ditador.
Acontece que isso não garantiria os interesses americanos na região (ou seja o controle das jazidas de petróleo), visto haver vários contratos do Iraque com França, Alemanha e Rússia (que, não por coincidência, foram contra a guerra). Assim, Bush e o Pentágono acharam por bem invadir o país na “marra”. Derrubaram Saddam, mas criaram um imenso vácuo de poder. Não há grupo iraquiano confiável aos EUA com condições de hegemonizar o poder local. Tenta-se implantar um modelo de democracia ocidental num país sem tradição democrática e com outra cultura e valores, que não apresenta uma classe média forte (fundamental para que qualquer regime democrático funcione) e que vê os americanos como invasores.
Como se não bastasse isso a Al Qaeda de Osana Bin Laden (inimigo de Saddam e que o acusava de ter se vendido ao Ocidente) dirigiu-se ao Iraque para continuar sua “guerra santa” contra os infiéis e expulsá-los das terras sagradas do Islã. Boa parte das ações armadas contra os ianques nos Iraque é promovida pela Al Qaeda. Segundo consta, o grande articulado da Al Qaeda no Iraque é o líder jordaniano Abu Musab al Zarqawi , que já assumiu a autoria de vários ataques contra tropas americanas e a decapitação de reféns estrangeiros. Mas há ainda um outro complicador: as divisões étnicas e ódios mútuos entre os povos iraquianos. O Iraque na verdade é uma ficção: não há uma nação iraquiana. O que existe são vários povos que se detestam mutuamente, sobretudo xiitas, sunitas e curdos que, por sua vez, se dividem em várias facções.
Curiosamente, desde abril, sunitas e xiitas de 2004, organizados em várias milícias armadas, intensificaram suas ações contra os invasores. Vários americanos e iraquianos foram mortos, chegando os EUA e aliados a perderem mesmo o controle sobre certas cidades do país. Os grupo de resistência passaram a seqüestrar soldados e trabalhadores estrangeiros (os quais trabalham na reconstrução iraquiana), ameaçando-os de morte, quando não os decapitando na exigência de que os inimigos deixem o Iraque. Um dos maiores focos de resistência aos EUA está em Fallujano (no coração do chamado triângulo sunita, centro do país), uma cidade em que a maioria da população é formada por muçulmanos sunitas e na qual quatro americanos foram brutalmente mortos e queimados, chocando o mundo. Ao mesmo tempo, milícias xiitas ligadas ao líder radical e popular Moqtada al Sadr rebelam-se no sul iraquiano. Os americanos determinaram a prisão de al Sadr (que condena a presença estrangeira no Iraque), o que aumentou ainda mais a fúria da população.
Sadr é um jovem líder, de cerca de 30 anos, mas cuja filiação impõe respeito: ele é filho de Muhammad Sadiq Sadr, líder xiita assassinado pelo regime de Saddam Hussein, em 1999, e cujo nome rebatizou a Cidade Sadr, bairro de Bagdá antes chamado de Cidade Saddam. Seu grupo armado, o Exército Mehdi, passou a ser perseguido pelas tropas americanas. O próprio Sadr se refugiou na mesquita de Najaf, o local mais sagrado para a comunidade muçulmana xiita. Para complicar, há indícios de que grupos sunitas e xiitas, antigos desafetos, então se unindo contra os norte-americanos. É um cenário complicado para Bush, que contava em pacificar o país após “transferir” o poder aos iraquianos em 28 de junho de 2004.
O poder foi transferido da administração civil provisória instalada pelos americanos para um governo iraquiano interino. A administração civil liderada por Paul Bremer deixou de existir, e ele voltou para os Estados Unidos. Formalmente, a ocupação do Iraque terminou. Mas as forças comandadas pelos Estados Unidos permanecerão no Iraque em números semelhantes aos de antes da entrega de poder. O primeiro-ministro do Iraque é o xiita Iyad Allaw, líder do Acordo Nacional Iraquiano, um grupo formado por exilados do país – muitos deles ex-membros do partido Baath, de Saddam Hussein, que fugiram do país (como o próprio Allaw). Nascido em 1945, em uma destacada família muçulmana xiita de mercadores, Allawi se formou em neurologia. Ele é visto como sendo uma pessoa com ligações históricas com os EUA, particularmente com a CIA (Central de Inteligência Americana).
Com a recente intensificação da onda de ataques no Iraque, o próprio Allawi chegou a ser ameaçado de morte. Uma gravação atribuída ao militante jordaniano Abu Musab al-Zaraqwi, ligado à Al-Qaeda, dizia que Allawi terá destino idêntico ao de Ezzedine Salim, o ex-líder do Conselho de Governo do Iraque, morto em um atentado com um carro-bomba no dia 17 de maio de 2004. O presidente é Ghazi Al-Yawer é um engenheiro civil, empresário e líder tribal originalmente da cidade de Mosul, na região curda ao norte do país. Ele ocupava a presidência rotativa do Conselho Interino de Governo do Iraque, indicado pelos EUA. Este ex-exilado sunita de 45 anos, que estudou nos EUA, tem fortes ligações com Washington.
O novo governo iraquiano terá poderes limitados e não vai ser soberano no sentido mais rigoroso da palavra. Ele não vai poder, por exemplo, criar ou fazer quaisquer mudanças nas leis básicas do país, respondendo por temas do dia-a-dia do Iraque. O governo terá controle sobre o dinheiro arrecadado com a venda de petróleo, mas o Orçamento deste ano já foi definido e por isso sua influência será limitada. Uma Embaixada dos Estados Unidos de grande porte vai deter a maior parte do controle sobre o fluxo de ajuda americana. O novo governo enfrenta um dilema. Ele depende da presença das tropas estrangeiras para garantir a segurança no país e a manutenção de serviços básicos, mas a presença de forças no país pode manter ou ampliar a onda de ataques violentos.
Mas se foi fácil invadir o Iraque, sair está sendo complicado. Quase todo dia os EUA e seus aliados sofrem ataques por parte de uma incômoda resistência, que se intensificou em meados de abril de 2004. A imagem internacional americana cada dia está mais chamuscada, pois além do fato da invasão não ter contado com o apoio da ONU e maioria dos países (portanto, contrariando todos os princípios do direito internacional), não foram encontradas as tais armas de destruição em massa de Saddam. Descobriu-se, ao invés, uma rede de mentiras, espionagem e falsificação de documentos oficiais sobre o Iraque, de modo a apresentá-lo como um perigo maior do que de fato era. Para alguns analistas, um aumento do bloqueio econômico e um maior apoio à oposição levariam os próprios iraquianos a derrubarem o ditador.
Acontece que isso não garantiria os interesses americanos na região (ou seja o controle das jazidas de petróleo), visto haver vários contratos do Iraque com França, Alemanha e Rússia (que, não por coincidência, foram contra a guerra). Assim, Bush e o Pentágono acharam por bem invadir o país na “marra”. Derrubaram Saddam, mas criaram um imenso vácuo de poder. Não há grupo iraquiano confiável aos EUA com condições de hegemonizar o poder local. Tenta-se implantar um modelo de democracia ocidental num país sem tradição democrática e com outra cultura e valores, que não apresenta uma classe média forte (fundamental para que qualquer regime democrático funcione) e que vê os americanos como invasores.
Como se não bastasse isso a Al Qaeda de Osana Bin Laden (inimigo de Saddam e que o acusava de ter se vendido ao Ocidente) dirigiu-se ao Iraque para continuar sua “guerra santa” contra os infiéis e expulsá-los das terras sagradas do Islã. Boa parte das ações armadas contra os ianques nos Iraque é promovida pela Al Qaeda. Segundo consta, o grande articulado da Al Qaeda no Iraque é o líder jordaniano Abu Musab al Zarqawi , que já assumiu a autoria de vários ataques contra tropas americanas e a decapitação de reféns estrangeiros. Mas há ainda um outro complicador: as divisões étnicas e ódios mútuos entre os povos iraquianos. O Iraque na verdade é uma ficção: não há uma nação iraquiana. O que existe são vários povos que se detestam mutuamente, sobretudo xiitas, sunitas e curdos que, por sua vez, se dividem em várias facções.
Curiosamente, desde abril, sunitas e xiitas de 2004, organizados em várias milícias armadas, intensificaram suas ações contra os invasores. Vários americanos e iraquianos foram mortos, chegando os EUA e aliados a perderem mesmo o controle sobre certas cidades do país. Os grupo de resistência passaram a seqüestrar soldados e trabalhadores estrangeiros (os quais trabalham na reconstrução iraquiana), ameaçando-os de morte, quando não os decapitando na exigência de que os inimigos deixem o Iraque. Um dos maiores focos de resistência aos EUA está em Fallujano (no coração do chamado triângulo sunita, centro do país), uma cidade em que a maioria da população é formada por muçulmanos sunitas e na qual quatro americanos foram brutalmente mortos e queimados, chocando o mundo. Ao mesmo tempo, milícias xiitas ligadas ao líder radical e popular Moqtada al Sadr rebelam-se no sul iraquiano. Os americanos determinaram a prisão de al Sadr (que condena a presença estrangeira no Iraque), o que aumentou ainda mais a fúria da população.
Sadr é um jovem líder, de cerca de 30 anos, mas cuja filiação impõe respeito: ele é filho de Muhammad Sadiq Sadr, líder xiita assassinado pelo regime de Saddam Hussein, em 1999, e cujo nome rebatizou a Cidade Sadr, bairro de Bagdá antes chamado de Cidade Saddam. Seu grupo armado, o Exército Mehdi, passou a ser perseguido pelas tropas americanas. O próprio Sadr se refugiou na mesquita de Najaf, o local mais sagrado para a comunidade muçulmana xiita. Para complicar, há indícios de que grupos sunitas e xiitas, antigos desafetos, então se unindo contra os norte-americanos. É um cenário complicado para Bush, que contava em pacificar o país após “transferir” o poder aos iraquianos em 28 de junho de 2004.
O poder foi transferido da administração civil provisória instalada pelos americanos para um governo iraquiano interino. A administração civil liderada por Paul Bremer deixou de existir, e ele voltou para os Estados Unidos. Formalmente, a ocupação do Iraque terminou. Mas as forças comandadas pelos Estados Unidos permanecerão no Iraque em números semelhantes aos de antes da entrega de poder. O primeiro-ministro do Iraque é o xiita Iyad Allaw, líder do Acordo Nacional Iraquiano, um grupo formado por exilados do país – muitos deles ex-membros do partido Baath, de Saddam Hussein, que fugiram do país (como o próprio Allaw). Nascido em 1945, em uma destacada família muçulmana xiita de mercadores, Allawi se formou em neurologia. Ele é visto como sendo uma pessoa com ligações históricas com os EUA, particularmente com a CIA (Central de Inteligência Americana).
Com a recente intensificação da onda de ataques no Iraque, o próprio Allawi chegou a ser ameaçado de morte. Uma gravação atribuída ao militante jordaniano Abu Musab al-Zaraqwi, ligado à Al-Qaeda, dizia que Allawi terá destino idêntico ao de Ezzedine Salim, o ex-líder do Conselho de Governo do Iraque, morto em um atentado com um carro-bomba no dia 17 de maio de 2004. O presidente é Ghazi Al-Yawer é um engenheiro civil, empresário e líder tribal originalmente da cidade de Mosul, na região curda ao norte do país. Ele ocupava a presidência rotativa do Conselho Interino de Governo do Iraque, indicado pelos EUA. Este ex-exilado sunita de 45 anos, que estudou nos EUA, tem fortes ligações com Washington.
O novo governo iraquiano terá poderes limitados e não vai ser soberano no sentido mais rigoroso da palavra. Ele não vai poder, por exemplo, criar ou fazer quaisquer mudanças nas leis básicas do país, respondendo por temas do dia-a-dia do Iraque. O governo terá controle sobre o dinheiro arrecadado com a venda de petróleo, mas o Orçamento deste ano já foi definido e por isso sua influência será limitada. Uma Embaixada dos Estados Unidos de grande porte vai deter a maior parte do controle sobre o fluxo de ajuda americana. O novo governo enfrenta um dilema. Ele depende da presença das tropas estrangeiras para garantir a segurança no país e a manutenção de serviços básicos, mas a presença de forças no país pode manter ou ampliar a onda de ataques violentos.
EXPLICAÇÕES DE BUSH PARA OCUPAÇÃO NO IRAQUE !
Quais são as novas diretrizes dos Estados Unidos em relação ao Iraque anunciadas pelo presidente George W. Bush?
Em pronunciamento realizado na madrugada de quinta-feira, 11 de janeiro, o presidente americano disse que o fracasso no país terá conseqüências desastrosas para os Estados Unidos e que, para evitá-lo, será necessário enviar mais de 20.000 soldados ao país árabe. "Com o aumento das tropas, teremos o pessoal necessário para alcançar a segurança no país", declarou. O Iraque receberá 1 bilhão de dólares em ajuda econômica e deverá cumprir metas de segurança estabelecidas pelos EUA. Bush espera que o governo iraquiano possa retomar o controle das 18 províncias do país até novembro.
Como George W. Bush explicaa ocupação do Iraque?"
É a luta ideológica definitiva de nossa época. A longo prazo, a forma mais realista de proteger os americanos é prover uma alternativa para a ideologia do ódio do inimigo, por meio do avanço da liberdade em uma região problemática. Nossa luta no Iraque é nobre e necessária. O atentado de 11 de setembro nos mostrou o que pode acontecer quando o ódio de pessoas do outro lado do mundo se volta contra nós. A situação no Iraque é inaceitável para o povo americano. É inaceitável para mim. Se houve erros, a responsabilidade é minha. A América está envolvida em uma nova luta que ditará o curso do novo século. Nós podemos e vamos vencer. Avançamos com confiança que o autor da liberdade irá nos guiar através dessas horas desafiantes."
Como será o envio de novas tropasnorte-americanas ao Iraque?
Serão deslocados 21.500 soldados e a primeira brigada partirá em 15 de janeiro. "Oitenta por cento da violência sectária ocorre num raio de 30 milhas da capital", afirma Bush. Por isso, a maioria dos soldados ficará em Bagdá, dobrando o efetivo de forças na cidade. Os 17.500 soldados que ficarem em Bagdá apoiarão o trabalho das tropas iraquianas e terão autoridade para patrulhar qualquer bairro. Para a província de Anbar, descrita por Bush como base da Al Qaeda, serão enviados 4.000 marines.
Quantos americanos estão no Iraque?
Há cerca de 132.000 soldados americanos no Iraque hoje. Com o envio de mais 21.500, o total de chegará a 153.500. O número total de militares americanos tem flutuado nos últimos quatro anos de acordo com necessidades específicas e o sistema de rodízio do Exército. Em 2003, o efetivo totalizava 90.000 soldados. Chegou a 159.000 em janeiro de 2005, durante as eleições iraquianas. A guerra já matou mais de 3.000 soldados americanos.
A nova estratégia dos Estados Unidos é ainda mais agressiva?
O número de soldados em Bagdá passará a ser o dobro e as tropas americanos assumirão um papel mais efetivo no patrulhamento dos bairros da cidade, em vez de conduzir suas operações de bases localizadas na periferia da capital iraquiana. As operações não estarão mais restritas aos bairros sunitas, incluirão áreas controladas pelos xiitas. Na província de Anbar, a ênfase será em "matar e capturar" líderes da Al Qaeda, segundo determinação de Bush.
Como os americanos reagiram à nova estratégia de segurança dos Estados Unidos para o Iraque?
Pesquisas revelam que maior parte dos americanos se opõe à nova estratégia do presidente George W. Bush. Segundo estudo realizado pelo instituto Ipsos, sete entre cada dez americanos dizem ser contra o aumento dos soldados no Iraque. Em sondagem do jornal jornal The Washington Post e da rede de TV ABC, pouco mais da metade da população afirma se opor "com veemência" ao reforço nas tropas.
Quais metas o governo iraquiano deve cumprir?
O governo deve banir a interferência de grupos políticos e sectários que interferia no patrulhamento das ruas de Bagdá. Segundo Bush, as forças americanas terão "sinal verde" para agir e deverão receber proteção depois de atacar rebeldes de ambas as facções. O governo iraquiano deve investir na reconstrução das províncias e também mudar a legislação relacionada ao petróleo, igualando as condições para todas as etnias. O governo Bush quer também uma reforma nas leis a fim de permitir que membros do partido de Saddam Hussein, Baath, hoje banidos, possam novamente participar do governo.
Qual foi a repercussão internacional dos novos planos dos Estados Unidos para o Iraque?
A nova estratégia foi recebida com ceticismo por líderes da Europa e com confiança pelos da Ásia. O apoio irrestrito veio do Japão e da Austrália que, por meio de seu primeiro-ministro, declarou que a retirada dos EUA seria um grande impulso para o terrorismo. Principal aliado da invasão americana em 2003, o Reino Unido anunciou que não ampliará o número de soltados britânicos e reduzirá seu contingente em Basra. A França, principal opositor da invasão, posicionou-se por meio de seu ministro das Relações Exteriores, Philippe Douste-Blazy, para quem a solução para o impasse está "além do aumento de tropas". Na Suécia, o ministro das Relações Exteriores, Carl Bildt, disse que o discurso de Bush carece de qualquer idéia nova.
Como os iraquianos reagiram ao anúncio de novas diretrizes para seu país?
A reação dos iraquianos de ambas as facções – sunita e xiita – foi de ceticismo. Bagdá é uma cidade de 6 milhões de habitantes e o envio de 20.000 soldados não parece ser suficiente para conter a violência nas ruas e o confronto entre facções rivais.
Qual a relação entre a presença americana no Iraque e o terror global?
Relatório secreto divulgado parcialmente pela imprensa americana em setembro de 2006 revelou a conclusão de 16 agências de inteligência dos Estados Unidos: a ocupação do Iraque fomentou uma nova geração de radicalismo islâmico, aumentando a ameaça terrorista global. O texto, intitulado "Tendências do Terrorismo Global – Implicações para os Estados Unidos", afirma que o radicalismo islâmico sofreu uma "metástase", espalhando-se por todo o planeta. Entre outros fatores, foram considerados incitamentos ao movimento jihadista – que prega a luta contra "inimigos do Islã" em qualquer parte – a detenção por tempo indeterminado de prisioneiros muçulmanos na base militar americana de Guantánamo, em Cuba, e o caso de abuso de prisioneiros iraquianos por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib.
O ex-ditador Saddam Hussein dava proteção para a Al Qaeda?
Não. Um relatório divulgado pelo Senado dos Estados Unidos em setembro de 2006 defendeu que não havia qualquer indício de ligações entre o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein e a rede terrorista de Bin Laden – e afirmou ainda que os EUA sabiam disso antes de entrar no Iraque. À época, porém, o presidente George W. Bush afirmou que a presença de Abu Musab Al-Zarqawi no Iraque era prova da ligação. O relatório do Senado confirmou contatos entre as partes na década de 1990, mas apontou também que o governo iraquiano não "tinha uma relação, abrigava ou fingia não ver Zarqawi e seus associados."
Saddam e o Iraque tinham alguma ligação com o atentado de 11 de setembro de 2001, justificativa para a guerra ao terror?
Não. Apesar de algumas indicações nesse sentido pelo governo americano - em especial do vice de Bush, Dick Cheney, que costumava afirmar que o tirano e a rede Al Qaeda mantinham laços, insinuando participação do iraquiano no ataque -, nunca houve qualquer sinal de influência do país no plano de Osama bin Laden. Nenhum terrorista envolvido nos seqüestros dos aviões e nos planos de ataque era do Iraque ou havia treinado ou arrecadado recursos ali.
Qual a posição do governo iraquiano sobre a presença americana em seu território?
O presidente iraquiano, Jalal Talabani, alega que sua nação necessita das forças dos Estados Unidos por "um longo tempo" para impedir a interferência de países vizinhos na reconstrução nacional. Talabani diz ainda que gostaria de ter bases militares americanas em seu território por um período prolongado para defender-se dessas intervenções: "Não peço 100.000 soldados americanos: 10.000 soldados e duas bases aéreas seriam suficientes".
Qual tem sido o papel da Al Qaeda no Iraque?
A rede terrorista comandada por Osama Bin Laden assumiu a autoria da maior parte dos atentados cometidos no Iraque nos últimos três anos – nos quais morreram milhares de pessoas. Em junho de 2006, foi assassinado no país, um dos maiores líderes da organização e cabeça da rede entre os iraquianos: Abu Musab Al-Zarqawi. O assassinato dele pelos americanos foi considerado um duro golpe na estrutura do terror.
MAS QUAIS SÃO AS MOTIVAÇÕES DOS CONFLITOS INTERNOS NO IRAQUE?
Há pouco mais de um ano, um atentado terrorista mudava a história do Iraque. Ao contrário das explosões que acontecem quase todos os dias no país, essa não matou nem feriu ninguém. Deu início, contudo, a uma violenta disputa entre os principais grupos religiosos do país - que agora está mergulhado no que muitos dizem ser uma verdadeira guerra civil. O brutal confronto entre xiitas e sunitas tem solução? Entenda o assunto:
1. Qual é a diferença entre muçulmanos xiitas e sunitas?
Xiitas e sunitas integram os dois principais grupos do Islã. A divisão entre eles surgiu no ano de 632, logo depois da morte de Maomé, e tem origem na disputa pelo título de "califa", ou líder máximo da nação muçulmana. Os seguidores se dividiram entre o primo de Maomé, Ali ibn Abi Talib, e um amigo do profeta, Abu Bakr - que acabou se tornando o califa, por ter apoio da maioria. Anos depois, Ali ainda se tornaria o califa, antes de ser assassinado perto de Kufa, no atual Iraque, em 661. A nova disputa pela sucessão marcou a divisão formal entre os grupos.
2. Qual foi o primeiro episódio de violência entre as facções?
Os xiitas (palavra surgida do termo shi'at Ali, ou "seguidores de Ali"), defendiam que o filho do califa morto, Hussein, assumisse. Os sunitas (termo proveniente de sunnah, "tradição", referência ao chamado "caminho do profeta") defendiam a posse de Mu'awiyah, então governador da Síria. Os grupos se enfrentaram numa batalha ocorrida perto da atual cidade iraquiana de Karbala. Em 10 de outubro de 680, Hussein foi decapitado pelos rivais. Sua morte, porém, não acabou com o movimento xiita. Pelo contrário: seu martírio o transformou num símbolo de resistência aos opressores, atraindo mais seguidores ao grupo.
3. Quem são os sunitas e xiitas hoje?
Os sunitas se consideram o ramo ortodoxo do Islã. Formam o grupo majoritário: entre 85% e 90% dos muçulmanos do mundo são sunitas. Eles veneram todos os profetas mencionados no Corão, mas Maomé é sempre a figura central. Já os xiitas somam cerca de 170 milhões de seguidores e são maioria no Irã, Iraque, Bahrein e Iêmen. Têm grandes comunidades também no Afeganistão, Índia, Paquistão, Azerbaijão, Índia, Kuwait, Líbano, Catar, Síria, Turquia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Sua fé tem um forte elemento messiânico e seus clérigos praticam uma interpretação independente e mutável dos textos islâmicos.
4. No que os xiitas e sunitas são iguais? No que diferem?
Além da crença no mesmo deus, sunitas e xiitas compartilham vários elementos comuns, como vestuário e culinária. As diferenças, porém, são numerosas, e variam de região para região. Os xiitas, por exemplo, têm tradição de independência de seus líderes religiosos em relação às autoridades políticas. Já os sunitas submetem suas lideranças e escolas de religião ao controle estatal. No Iraque, os dois grupos diferem em vários aspectos do cotidiano. Suas mesquitas têm características distintas, assim como suas orações. Decorações nas casas e até adesivos colados nos carros diferenciam fiéis dos dois grupos.
5. Qual é a origem da atual disputa entre as facções no Iraque?
A luta sectária iraquiana tem raízes muito profundas e antigas. A divisão entre os grupos é alimentada por séculos de desigualdade social, política e econômica, pela dura repressão contra os rivais, por numerosos casos de violência. Mas o quadro caótico do Iraque no pós-guerra foi perfeito para detonar a guerra. Há o forte desejo de vingar os crimes do tirano Saddam Hussein, um sunita; os freqüentes atentados terroristas praticados pelos seguidores do ex-ditador; as retaliações violentas dos integrantes da milícia xiita do clérigo radical Moqtada Al Sadr; a interferência dos vizinhos xiitas do Irã.
6. Xiitas e sunitas estão em conflito desde o início da guerra?
Não. Apesar das divisões e rivalidades, o país tinha enormes comunidades mistas, onde sunitas e xiitas conviviam de forma pacífica. Os radicais de ambos os lados já se enfrentavam, mas a população em geral não participava dessa guerra sectária. Um grande exemplo disso foi a tragédia da morte dos fiéis xiitas numa peregrinação em 31 de agosto de 2005, em Bagdá. Centenas deles caíram ou pularam no riuo Tigre depois de uma grande confusão perto de uma mesquita. Quase 1.000 peregrinos morreram, mas os sunitas que moravam às margens do rio arriscaram suas vidas para salvar os outros fiéis.
7. Qual foi o grande estopim do conflito?
O atentado contra a mesquita xiita de Al Askari, em Samarra, em 22 de fevereiro de 2006. A explosão, provocada por terroristas sunitas ligados à rede Al Qaeda, não feriu nem matou ninguém. Mas a cúpula dourada do templo, um dos locais mais sagrados para os xiitas em todo o mundo, foi destruída. Nos dias seguintes ao ataque, várias mesquitas sunitas foram atacadas e centenas de corpos foram encontrados nas ruas. Os tiroteios e atentados entre os grupos tornaram-se freqüentes. Líderes políticos e religiosos de ambos os grupos defenderam a reconciliação entre xiitas e sunitas, mas isso nunca ocorreu.
8. O que aconteceu desde então?
A escalada de ódio entre os grupos continuou. Um ano depois do atentado, o número de mesquitas sunitas atacadas pelos xiitas chegava a 168. Dez líderes religiosos foram mortos e quinze foram seqüestrados. Esquadrões de extermínio mataram várias centenas de pessoas - tornou-se comum a polícia encontrar pilhas de cadáveres nos bairros sunitas e xiitas. Para muitos especialistas, a situação constitui um quadro de guerra civil - o que os americanos negam. Apesar das promessas dos líderes iraquianos, a mesquita de Samarra ainda não foi reconstruída.
9. O que está em jogo na luta sectária no país?
A divisão dos grupos pode ser religiosa, mas o objetivo final é essencialmente político. Tanto xiitas como sunitas tentam conquistar o poder no pós-guerra iraquiano - para o primeiro grupo, a luta é por controlar o país e vingar as perseguições do regime de Saddam Hussein; para a segunda facção, a meta é retomar o controle e impedir que a ocupação americana reduza a influência sunita. O conflito também pode repercutir nos outros países do Oriente Médio. Isso explica as tentativas do Irã, um regime radical xiita, de interferir no conflito e tentar reproduzir a revolução de 1979 no país vizinho.
10. Há perspectiva de resolução do conflito iraquiano?
Não, pelo menos por enquanto. A brutalidade do choque sectário contaminou não só os radicais de ambos os lados, mas também as pessoas comuns - vítimas, parentes e testemunhas das carnificinas diárias ocorridas no país. Além disso, a rivalidade cada vez mais acirrada se reflete também nas autoridades xiitas e sunitas que fazem parte do governo e do congresso. A relação entre as duas comunidades mudou completamente, e poucos acreditam que esse quadro mudará nos próximos anos, mesmo que os americanos consigam reduzir a violência e avançar a reconstrução.
11. Como é a relação entre os grupos nos outros países? Em algumas nações muçulmanas, os xiitas e sunitas vivem totalmente segregados - em muitos locais não há casamentos entre seguidores dos dois grupos, como ocorria freqüentemente até pouco tempo atrás no Iraque. Em muitos países com grandes comunidades xiitas, esse grupo forma a população mais pobre, e se considera a parcela mais oprimida e discriminada da sociedade. Em algumas nações com maioria sunita conservadora, o ódio aos xiitas é defendido abertamente. O Paquistão tem um longo histórico de confronto entre os grupos. No Líbano a convivência também é complicada, em função das atividades do grupo radical xiita Hezbollah.
Xiitas e sunitas integram os dois principais grupos do Islã. A divisão entre eles surgiu no ano de 632, logo depois da morte de Maomé, e tem origem na disputa pelo título de "califa", ou líder máximo da nação muçulmana. Os seguidores se dividiram entre o primo de Maomé, Ali ibn Abi Talib, e um amigo do profeta, Abu Bakr - que acabou se tornando o califa, por ter apoio da maioria. Anos depois, Ali ainda se tornaria o califa, antes de ser assassinado perto de Kufa, no atual Iraque, em 661. A nova disputa pela sucessão marcou a divisão formal entre os grupos.
2. Qual foi o primeiro episódio de violência entre as facções?
Os xiitas (palavra surgida do termo shi'at Ali, ou "seguidores de Ali"), defendiam que o filho do califa morto, Hussein, assumisse. Os sunitas (termo proveniente de sunnah, "tradição", referência ao chamado "caminho do profeta") defendiam a posse de Mu'awiyah, então governador da Síria. Os grupos se enfrentaram numa batalha ocorrida perto da atual cidade iraquiana de Karbala. Em 10 de outubro de 680, Hussein foi decapitado pelos rivais. Sua morte, porém, não acabou com o movimento xiita. Pelo contrário: seu martírio o transformou num símbolo de resistência aos opressores, atraindo mais seguidores ao grupo.
3. Quem são os sunitas e xiitas hoje?
Os sunitas se consideram o ramo ortodoxo do Islã. Formam o grupo majoritário: entre 85% e 90% dos muçulmanos do mundo são sunitas. Eles veneram todos os profetas mencionados no Corão, mas Maomé é sempre a figura central. Já os xiitas somam cerca de 170 milhões de seguidores e são maioria no Irã, Iraque, Bahrein e Iêmen. Têm grandes comunidades também no Afeganistão, Índia, Paquistão, Azerbaijão, Índia, Kuwait, Líbano, Catar, Síria, Turquia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Sua fé tem um forte elemento messiânico e seus clérigos praticam uma interpretação independente e mutável dos textos islâmicos.
4. No que os xiitas e sunitas são iguais? No que diferem?
Além da crença no mesmo deus, sunitas e xiitas compartilham vários elementos comuns, como vestuário e culinária. As diferenças, porém, são numerosas, e variam de região para região. Os xiitas, por exemplo, têm tradição de independência de seus líderes religiosos em relação às autoridades políticas. Já os sunitas submetem suas lideranças e escolas de religião ao controle estatal. No Iraque, os dois grupos diferem em vários aspectos do cotidiano. Suas mesquitas têm características distintas, assim como suas orações. Decorações nas casas e até adesivos colados nos carros diferenciam fiéis dos dois grupos.
5. Qual é a origem da atual disputa entre as facções no Iraque?
A luta sectária iraquiana tem raízes muito profundas e antigas. A divisão entre os grupos é alimentada por séculos de desigualdade social, política e econômica, pela dura repressão contra os rivais, por numerosos casos de violência. Mas o quadro caótico do Iraque no pós-guerra foi perfeito para detonar a guerra. Há o forte desejo de vingar os crimes do tirano Saddam Hussein, um sunita; os freqüentes atentados terroristas praticados pelos seguidores do ex-ditador; as retaliações violentas dos integrantes da milícia xiita do clérigo radical Moqtada Al Sadr; a interferência dos vizinhos xiitas do Irã.
6. Xiitas e sunitas estão em conflito desde o início da guerra?
Não. Apesar das divisões e rivalidades, o país tinha enormes comunidades mistas, onde sunitas e xiitas conviviam de forma pacífica. Os radicais de ambos os lados já se enfrentavam, mas a população em geral não participava dessa guerra sectária. Um grande exemplo disso foi a tragédia da morte dos fiéis xiitas numa peregrinação em 31 de agosto de 2005, em Bagdá. Centenas deles caíram ou pularam no riuo Tigre depois de uma grande confusão perto de uma mesquita. Quase 1.000 peregrinos morreram, mas os sunitas que moravam às margens do rio arriscaram suas vidas para salvar os outros fiéis.
7. Qual foi o grande estopim do conflito?
O atentado contra a mesquita xiita de Al Askari, em Samarra, em 22 de fevereiro de 2006. A explosão, provocada por terroristas sunitas ligados à rede Al Qaeda, não feriu nem matou ninguém. Mas a cúpula dourada do templo, um dos locais mais sagrados para os xiitas em todo o mundo, foi destruída. Nos dias seguintes ao ataque, várias mesquitas sunitas foram atacadas e centenas de corpos foram encontrados nas ruas. Os tiroteios e atentados entre os grupos tornaram-se freqüentes. Líderes políticos e religiosos de ambos os grupos defenderam a reconciliação entre xiitas e sunitas, mas isso nunca ocorreu.
8. O que aconteceu desde então?
A escalada de ódio entre os grupos continuou. Um ano depois do atentado, o número de mesquitas sunitas atacadas pelos xiitas chegava a 168. Dez líderes religiosos foram mortos e quinze foram seqüestrados. Esquadrões de extermínio mataram várias centenas de pessoas - tornou-se comum a polícia encontrar pilhas de cadáveres nos bairros sunitas e xiitas. Para muitos especialistas, a situação constitui um quadro de guerra civil - o que os americanos negam. Apesar das promessas dos líderes iraquianos, a mesquita de Samarra ainda não foi reconstruída.
9. O que está em jogo na luta sectária no país?
A divisão dos grupos pode ser religiosa, mas o objetivo final é essencialmente político. Tanto xiitas como sunitas tentam conquistar o poder no pós-guerra iraquiano - para o primeiro grupo, a luta é por controlar o país e vingar as perseguições do regime de Saddam Hussein; para a segunda facção, a meta é retomar o controle e impedir que a ocupação americana reduza a influência sunita. O conflito também pode repercutir nos outros países do Oriente Médio. Isso explica as tentativas do Irã, um regime radical xiita, de interferir no conflito e tentar reproduzir a revolução de 1979 no país vizinho.
10. Há perspectiva de resolução do conflito iraquiano?
Não, pelo menos por enquanto. A brutalidade do choque sectário contaminou não só os radicais de ambos os lados, mas também as pessoas comuns - vítimas, parentes e testemunhas das carnificinas diárias ocorridas no país. Além disso, a rivalidade cada vez mais acirrada se reflete também nas autoridades xiitas e sunitas que fazem parte do governo e do congresso. A relação entre as duas comunidades mudou completamente, e poucos acreditam que esse quadro mudará nos próximos anos, mesmo que os americanos consigam reduzir a violência e avançar a reconstrução.
11. Como é a relação entre os grupos nos outros países? Em algumas nações muçulmanas, os xiitas e sunitas vivem totalmente segregados - em muitos locais não há casamentos entre seguidores dos dois grupos, como ocorria freqüentemente até pouco tempo atrás no Iraque. Em muitos países com grandes comunidades xiitas, esse grupo forma a população mais pobre, e se considera a parcela mais oprimida e discriminada da sociedade. Em algumas nações com maioria sunita conservadora, o ódio aos xiitas é defendido abertamente. O Paquistão tem um longo histórico de confronto entre os grupos. No Líbano a convivência também é complicada, em função das atividades do grupo radical xiita Hezbollah.
NOTÍCIAS RECENTES SOBRE O TEMA !
Imagens de satélite apontam para limpeza étnica no Iraque
Reuters, Por Maggie Fox
WASHINGTON (Reuters) - Imagens noturnas de satélite mostram que bairros sunitas de Bagdá começaram a se esvaziar antes do envio de reforços militares norte-americanos, em 2007, numa demonstração visual da limpeza étnica que antecedeu à redução da violência no país, segundo um relatório publicado na sexta-feira.
Organizações internacionais de refugiados e especialistas em Iraque dizem que a violência sectária diminuiu em grande parte por causa de mudanças populacionais, especialmente na capital, epicentro de uma quase guerra civil que matou centenas de milhares a partir de fevereiro de 2006, quando ocorreu uma explosão na importante mesquita xiita de Samarra.
A minoria sunita foi expulsa de muitos bairros por militantes xiitas antes que os EUA enviassem cerca de 30 mil soldados adicionais.
Reuters, Por Maggie Fox
WASHINGTON (Reuters) - Imagens noturnas de satélite mostram que bairros sunitas de Bagdá começaram a se esvaziar antes do envio de reforços militares norte-americanos, em 2007, numa demonstração visual da limpeza étnica que antecedeu à redução da violência no país, segundo um relatório publicado na sexta-feira.
Organizações internacionais de refugiados e especialistas em Iraque dizem que a violência sectária diminuiu em grande parte por causa de mudanças populacionais, especialmente na capital, epicentro de uma quase guerra civil que matou centenas de milhares a partir de fevereiro de 2006, quando ocorreu uma explosão na importante mesquita xiita de Samarra.
A minoria sunita foi expulsa de muitos bairros por militantes xiitas antes que os EUA enviassem cerca de 30 mil soldados adicionais.
"[Quando os reforços chegaram] muitos dos alvos do conflito já haviam sido mortos ou fugido do país, e desligaram as luzes quando partiram", disse em nota o professor de Geografia John Agnew, da Universidade da Califórnia-Los Angeles, que dirigiu o estudo.
"Essencialmente, nossa interpretação é que a violência declinou em Bagdá por causa da violência intercomunitária que atingiu um clímax quando a maré [de reforços] estava começando", disse Agnew, especialista em conflitos étnicos.
Há cerca de 2 milhões de refugiados internos no Iraque e outros 2 milhões nas vizinhas Síria e Jordânia. Bairros antes mistos em Bagdá agora são homogeneamente sunitas ou xiitas.
O estudo, publicado na revista Environment and Planning A, alimenta a polêmica em torno do mérito dos EUA em impedir uma guerra civil no Iraque. "Nossas descobertas sugerem que essa onda não teve um efeito observável, exceto no sentido de que ajudou a criar um selo de aprovação para um processo de homogeneização etno-sectária dos bairros que agora está largamente concluído", escreveu o grupo de Agnew em um relatório.
Foram usadas imagens públicas, feitas com infravermelho por um satélite meteorológico da Força Aérea dos EUA.
"Em geral, a iluminação noturna de Bagdá desde a invasão dos EUA parece ter melhorado entre 2003 e 2006, e então declinado dramaticamente entre 20 de março de 2006 e 16 de dezembro de 2007", diz o estudo.
Nesse período, as luzes da favela xiita de Sadr City continuaram constantes, assim como na Zona Verde (área central com órgãos públicos e embaixadas). Houve aumento também no bairro xiita de Nova Bagdá, na zona leste.
Imagens de satélites já foram usadas como documentação de deslocamentos forçados em Myanmar e limpeza étnica em Uganda.
(Reportagem de Maggie Fox)
"Essencialmente, nossa interpretação é que a violência declinou em Bagdá por causa da violência intercomunitária que atingiu um clímax quando a maré [de reforços] estava começando", disse Agnew, especialista em conflitos étnicos.
Há cerca de 2 milhões de refugiados internos no Iraque e outros 2 milhões nas vizinhas Síria e Jordânia. Bairros antes mistos em Bagdá agora são homogeneamente sunitas ou xiitas.
O estudo, publicado na revista Environment and Planning A, alimenta a polêmica em torno do mérito dos EUA em impedir uma guerra civil no Iraque. "Nossas descobertas sugerem que essa onda não teve um efeito observável, exceto no sentido de que ajudou a criar um selo de aprovação para um processo de homogeneização etno-sectária dos bairros que agora está largamente concluído", escreveu o grupo de Agnew em um relatório.
Foram usadas imagens públicas, feitas com infravermelho por um satélite meteorológico da Força Aérea dos EUA.
"Em geral, a iluminação noturna de Bagdá desde a invasão dos EUA parece ter melhorado entre 2003 e 2006, e então declinado dramaticamente entre 20 de março de 2006 e 16 de dezembro de 2007", diz o estudo.
Nesse período, as luzes da favela xiita de Sadr City continuaram constantes, assim como na Zona Verde (área central com órgãos públicos e embaixadas). Houve aumento também no bairro xiita de Nova Bagdá, na zona leste.
Imagens de satélites já foram usadas como documentação de deslocamentos forçados em Myanmar e limpeza étnica em Uganda.
(Reportagem de Maggie Fox)
9 comentários:
TADINHO DELE........MAS NO FUNDO ELE É BONZINHO.....:)
as bombas que foram jogadas no Iraque, e mataram milhares de inocentes, tinha que cair na cabeça do Bush.
Tadinho dele, tanto diz que é bonzinho mais só provoca guerras, muitos legaal.
o Bush é um disgraçado..que nao tem o que fazer na vida... é um atoa..
;)
cuidado com o lucas hein,.,,,,,,:)
atençao..........nooooooooooooooooooooooosssssssssssssssssaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa:)
Falar desse comflito e muito complicado pois é muito "dificil" e que as vezes da uma imagem comtrária das coisas..
Buch.ele e ridiculo coias que ele faz que fico sem palavrass como ele está governando um ate agora...fala coisas sem noção..realmente e muita palavra para fala desse homem..achop melhor fica por aqui mesmo se não.......iasuiaousoausioau
bjss..
:*
Noooooooooooossa, o Bush é mau! Nao brinque com ele!
o Bush pode ate ser um cara legal, mas suas atitudes impensaveis degridem a sua imagem. como uma pessoa que so pensa em guerras pode governar um pais?
tudo bem que os EUA nao sao um exemplo de pais perfeito, pode ate ser rico, mas é um pais q so pensa nele mesmo! *.*
maaaaaaaario!
vamos sentir sua falta =D
mas a vida continua!
viremos te visitar ano q vem ^^
O Iraque e todo o Oriente Médio sofrem com as intervenções americanas, que não mede violência nem esforços para conseguir o que querem, o petróleo. Fica difícil conciliar a paz com as guerras promovidas pelo Bush, sendo que além da super potência mundial, talvez por não muito tempo mais, o Iraque também sofra com os ataques internos. O jogo de interesses é muito grande e até que provem o contrário, o principal promissor das desavenças mundiais continua sendo os EUA, que com a maior "cara-de-pau" cria desculpas esfarrapadas para conquistar seus interesses.
Muito Obrigado Cara Ajudou Muito no trabalho de Geografia.Thank's
Postar um comentário