O mapa acima se refere à Etiópia, ou Ethiopia, a Abissínia da Antigüidade, país do norte-oriental da África, ou do chamado Chifre da África. O nome do país vem do nome do soberano Etiópis, cujo reinado data de 1856 a.C. (IRIE, 2001 - p 21). As origens de sua unificação como Império, podem ser encontradas mais tarde, cerca 900 anos antes de Cristo, quando teve início a dinastia do trono etíope, com o Rei Menelik I que, segundo a "lenda" histórica, seria filho do Rei Salomão, o Rei Hebreu da Bíblia judaico-cristã, com a Rainha Sheba, ou Rainha de Sabá, governante de Shoa, terras abissínias. Menelik I foi o fundador e primeiro rei do Império de Askum, semente da Etiópia atual.
Os primeiros habitantes do território etíope pertenciam a variadas etnias entre as quais predominavam os semitas árabes. A herança de Salomão, que a História comprova por meio de numeroso documentos, (como escrituras sagradas judaico-cristãs, apócrifas e canônicas) evidencia-se na forte presença de elementos da cultura judaica que a Bíblia Africana, o Kebra Negast (Glória dos Reis) explica como resultado de uma viagem empreendida por Menelik I à Israel, justamente para conhecer seu pai, Salomão, e ele com aprender a Ciência Política e os princípios da sabedoria e da religião.
Em 1520, chegaram ao reino da Etiópia e posteriormente ajudaram os etíopes a repelir uma invasão muçulmana. Com os portugueses vieram também os jesuítas, que tentaram converter todo o reino à fé católica e quase tiveram êxito. O imperador Sussênio estava disposto a se converter, mas as exigências dos jesuítas e o descontentamento da população, arraigada à antiga fé, forçaram o monarca a abdicar em 1632. Os missionários católicos foram expulsos e a capital do império transferiu-se para Gondar. Nos séculos seguintes instaurou-se na Etiópia um sistema feudal em que o poder era exercido por grandes senhores, denominados ras. Nesse período, a influência portuguesa aumentou e os ataques egípcios tornaram-se mais freqüentes. Em meados do século XIX, um chefe da guerrilha contra os egípcios, Kassa, se fez proclamar imperador, sob o nome de Teodoro II, recuperou territórios perdidos e restabeleceu a ordem no país. Começava, então, a unificação da Etiópia moderna. Para modernizar seu reino, o imperador estabeleceu relações com os ingleses, mas vários conflitos - incidentes diplomáticos e atividades dos missionários protestantes - levaram à ruptura com o Reino Unido.
Em 1867, tropas inglesas invadiram o país e, no ano seguinte, ante a iminência da derrota, o imperador suicidou-se. O turbulento período que sobreveio à morte de Teodoro II durou até 1889, ano em que Menelik II ocupou o trono. O imperador concluiu a unificação territorial, cuidou da modernização do país e fundou uma nova capital em Adis Abeba. Nessa época, os italianos já haviam começado a controlar a Eritréia, mas Menelik II conseguiu detê-los na batalha de Adua em 1896. Em 1906, França, Reino Unido e Itália assinaram um acordo pelo qual dividiam a Etiópia em três zonas de influência econômica, embora se respeitasse a integridade do território etíope. Hemiplégico, Menelik II abdicou em 1907 e voltaram as desordens. Morta a imperatriz Zauditu, filha de Menelik, o ras Tafari, sobrinho-neto de Menelik, foi coroado imperador em 1930, sob o nome de Hailé Selassié I, que significa "a força da Trindade". Em 1931, o imperador proclamou uma constituição que lhe outorgava poder absoluto por direito divino e estabeleceu um parlamento consultivo bicameral. A Itália invadiu a Etiópia em 1935 e ocupou a maior parte do país até 1941, ano em que ocorreu a libertação pelas tropas inglesas e francesas. Hailé Selassié reassumiu o governo e começou então uma fase de reformas políticas e de modernização econômica. Em 1952, a Eritréia uniu-se à Etiópia como estado federado, transformado em província do reino em 1962. O imperador manteve seu programa de modernização do país e, em 1955, proclamou nova constituição. Em 1973 o descontentamento era geral. A existência de vários focos de conflito na Eritréia e na fronteira com a Somália, o castigo da seca e da fome, a corrupção governamental e a dureza de que lançou mão o imperador para reprimir os conflitos criaram uma situação de freqüentes choques políticos. O Exército, que aos poucos aumentara sua influência no governo, destituiu o imperador em 12 de setembro de 1974. Em 1975, a monarquia foi abolida e proclamou-se a república socialista. A partir desse momento, instaurou-se um Conselho Administrativo Militar Provisório (CAMP), popularmente chamado de Deurg, presidido pelo chefe de estado, general Teferi Benti. O governo adotou uma ideologia marxista-leninista e, em 1977, Mengistu Hailé Mariam tornou-se chefe de estado. Uma vez constituído o governo militar, este realizou uma reforma agrária e nacionalizou as empresas, mas logo surgiram complicações, como o descontentamento de chefes provinciais e os conflitos na Eritréia e Ogaden, que provocaram uma sangrenta guerra civil. Diante dos contínuos ataques da Somália, a Etiópia recorreu à ajuda soviética e cubana e assim conseguiu derrotar o país vizinho. Em 1990, com a dissolução da União Soviética, Mengistu perdeu seu principal aliado internacional. No ano seguinte, teve de deixar o país em conseqüência do avanço das forças da Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (FDRPE). Um governo provisório assumiu o controle de todo o país, mas permitiu uma administração autônoma na Eritréia, então dominada pela Frente Popular de Libertação da Eritréia. Em maio de 1993 a Eritréia tornou-se independente, depois de um plebiscito em que 99,8% dos votantes optaram pela separação.
Em 1991, o poder executivo, que no regime de Mengistu era exercido pelo comitê central do CAMP, passou a um governo provisório assistido por uma câmara legislativa, o Conselho de Representantes. Meles Zenawi, dirigente da FDRPE, assumiu a presidência da república. A Etiópia se divide em regiões administrativas, que se subdividem em províncias e distritos. Cada região desfruta de certa autonomia, que se deve mais às dificuldades topográficas e de comunicação que a uma verdadeira política descentralizadora. Sociedade e cultura. O predomínio da agricultura de subsistência, o subdesenvolvimento, a precária infra-estrutura, as exportações pouco diversificadas e a ausência de capital nacional são fatores de pauperismo no país. Além do subdesenvolvimento, o flagelo da seca e os permanentes conflitos internos, em particular os movimentos separatistas, e externos, como os que ocorrem na fronteira com a Somália, dizimam e consomem a população etíope. Grande parte da população pertence à Igreja Ortodoxa da Etiópia, antes associada à Igreja Copta do Egito, que professa um cristianismo monofisista (defende a natureza única de Jesus Cristo). Existe, além disso, um grupo importante de muçulmanos e outros menores de animistas, cristãos não-ortodoxos e judeus. Os meios de comunicação, tanto os jornais, cuja publicação se centraliza em Adis Abeba, como a televisão e o rádio, se acham sob controle do governo. O mais popular deles é o rádio, que juntamente com a televisão transmite programas em vários idiomas - amárico, inglês, somali e árabe. A religião cristã nacional dominou historicamente a vida cultural etíope. Tanto na pintura como na literatura abundam os temas religiosos. As línguas dominantes na literatura etíope foram o gêes, que continua sendo utilizado na liturgia da igreja, e o amárico, língua tradicional da corte, oficial no país. O governo militar tentou criar condições propícias para o uso de todas as línguas e a prática de hábitos culturais próprios de cada grupo, a fim de fortalecer a unidade nacional e desencorajar o separatismo.
CONFLITO COM ERITRÉIA
Entre os conflitos regionais seculares, nos quais, hoje, guerrilhas são freqüentes, destaca-se a questão da Eritréia. A Eritréia é uma pequena faixa de terras litorâneas no nordeste da Etiópia, às margens do Mar Vermelho. Em diferentes períodos históricos foi anexada e desmembrada por sucessivos movimentos políticos. Em 1960, o imperador etíope Haile Selassie, sucessor de Menelik II, conseguiu reintegrá-la ao território temporariamente. O domínio caiu mas foi recuperado pelo governo militar que substituiu Selassie e converteu o país em Estado Socialista. A importância da Eritréia reside no fato daquela área ser a única "porta para o mar" possível para a Etiópia. Atualmente, o problema continua. O governo etíope foi contestado ativamente pela Frente Popular Marxista de Libertação da Eritréia, organização nacionalista, militar e política. A Eritréia tornou-se um país independente da Etiópia em 1993. Entretanto, na região de Ogaden, somalis ainda reivindicam autonomia.
CONFLITO COM ERITRÉIA
Entre os conflitos regionais seculares, nos quais, hoje, guerrilhas são freqüentes, destaca-se a questão da Eritréia. A Eritréia é uma pequena faixa de terras litorâneas no nordeste da Etiópia, às margens do Mar Vermelho. Em diferentes períodos históricos foi anexada e desmembrada por sucessivos movimentos políticos. Em 1960, o imperador etíope Haile Selassie, sucessor de Menelik II, conseguiu reintegrá-la ao território temporariamente. O domínio caiu mas foi recuperado pelo governo militar que substituiu Selassie e converteu o país em Estado Socialista. A importância da Eritréia reside no fato daquela área ser a única "porta para o mar" possível para a Etiópia. Atualmente, o problema continua. O governo etíope foi contestado ativamente pela Frente Popular Marxista de Libertação da Eritréia, organização nacionalista, militar e política. A Eritréia tornou-se um país independente da Etiópia em 1993. Entretanto, na região de Ogaden, somalis ainda reivindicam autonomia.
NOTÍCIAS ATUAIS SOBRE O TEMA
Jornais Junho de 2008
Cerca de 4,5 milhões de etíopes estão ameaçados pela fome por causa da seca e de uma quebra nas safras agrícolas do país, além da inflação mundial nos preços dos alimentos, e precisam ajuda alimentar de emergência, advertem organizações internacionais. Mais de 126 mil crianças têm sérios problemas de desnutrição.É a pior crise na Etiópia desde 1984 a 1986, quando um milhão de pessoas morreram de fome em meio a uma guerra civil. As imagens de crianças e adultos em pele e osso provocaram uma comoção mundial. Com 78 milhões de habitantes, o país tem a segunda maior população da África.Um centro de nutrição infantil da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras na cidade de Chachemene, no Oeste do Etiópia, está cheia de mães segurando filhos que não se sustentam em pé, com lábios rachados e olhar parado. Mitchu, uma menina de três anos, pesa cinco quilos, pouco mais do que um bebê saudável. Há duas semanas, é alimentada a cada três horas há duas semanas. Mas não reage. Os médicos acham que ela vai morrer de fome e malária.O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas precisa de mais 180 mil toneladas de comida para atender às necessidades somente da Etiópia em 2008. Está pedindo mais US$ 150 milhões aos países ricos.
2 comentários:
Li o texto sobre a Etiópia, e sua formação a partir do Império de Axum. No entanto, gostaria de comenar um ponto, Menelik, o povável filho da Rainha de Sabá e Salomão, não pode ser o primeiro imperador de Axum, pois este reino iniciou-se mais ou menos no século I da era cristã, enquanto a Rainha de Sabá é datada do seculo X antes de Cristo!
Ao contrário disto, o que pode ser considerado é o fato da memória deste possível filho da Rainha de Sabá com Salomão ser usado como discurso político para tutelar a dinastia real que surge em Axum.
os grupos mais presentes na etiópia são os oromos, e tigrés.os dois grupos são separatistas, alem dos somalis no ogadem que é histórico.seus vizinhos são barris de polvoras continuos,como somalia e sudão.
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