domingo, 25 de julho de 2010

FOCO 37: A CORÉIA DO NORTE AFRONTA OS EUA !

AIMA, O MAPA DAS CORÉIAS E ILUSTRAÇÃO DAS TENSÕES ENTRE ELAS...

ACIMA, A MARINHA AMERICANA, SÍNDO EM DIREÇÃO AO MAR DAS CORÉIAS, PARA EXERCÍCIOS CONJUNTOS COM A CORÉIA DO SUL, AS TENSÕES AUMENTAM... E O QUE ESPERAR ?
OS EXERCÍCIOS CONJUNTOS ENTRE CORÉIA DO SUL E EUA, AFRONTAM A BÉLICA CORÉIA DO NORTE, E GERA TENSÕES NESTA PORÇÃO DA ÁSIA...

LEIA E VEJA MAIS SOBRE O TEMA, EM PUBLICAÇÕES ANTERIORES...
FEITAS AQUÍ MESMO EM 2008...

Washington e Seul fazem demonstração de força diante de Pyongyang

Estados Unidos e Coreia do Sul começaram neste domingo uma rodada de quatro dias de exercícios militares de grande escala no Mar do Japão como demonstração de força diante da Coreia do Norte, que considerou tal evento uma provocação e fez ameaças de guerra em represália. O porta-aviões nuclear americano "George Washington", com capacidade para transportar 97 mil toneladas, partiu nesta madrugada (horário local) do porto sul-coreano de Busan com destino ao interior do Mar do Japão, escoltado por vários navios lança-mísseis.
Com cerca de 80 aeronaves a bordo, entre elas caças F18 e aviões espiões E-2C, o "George Washington" lidera a maior mobilização de unidades em exercícios militares na Coreia do Sul em mais de três décadas, segundo a agência local Yonhap. Por meio dessas manobras conjuntas, os dois países aliados pretendem enviar uma mensagem de força ao regime comunista de Kim Jong-il, após o afundamento em março da corveta sul-coreana "Cheonan" no Mar Amarelo, perto da fronteira com o Norte.
Uma equipe internacional de investigadores concluiu em maio que a embarcação foi abatida por um torpedo norte-coreano, mas Pyongyang nega responsabilidade no incidente e afirma que as provas da investigação foram fabricadas pelo vizinho do sul. Nesta segunda-feira, completam-se quatro meses desse afundamento, que deixou 46 marinheiros mortos, elevou as tensões na península coreana e levou os Estados Unidos e a Coreia do Sul a organizarem, em resposta, os exercícios "defensivos" iniciados neste domingo.
Nas operações, participam oito mil soldados das Forças Armadas dos dois países, além de vários navios da Sétima Frota da Marinha americana, pelo menos um submarino nuclear e 200 aviões de combate, entre eles vários F-22 Raptors. Esses aviões, que sobrevoarão pela primeira vez o espaço aéreo sul-coreano, podem alcançar o dobro da velocidade do som e são invisíveis aos radares.
O porta-aviões "George Washington" tem, por sua vez, um rádio operacional de 1 mil quilômetros, o que significa que nestes exercícios teria capacidade para alcançar o território da Coreia do Norte e inclusive ir além. "Mostrando a envergadura de nossa capacidade militar, os exercícios enviarão uma clara advertência à Coreia do Norte", assegurou neste domingo o porta-voz militar sul-coreano Kim Kyung-shik, citado pela Yonhap.
Na rodada deste domingo, as forças de ambos os países se concentraram em operações preparatórias para os treinamentos, que incluirão atividades como tiros de artilharia e lançamento de minas marinhas e projéteis anti-submarinos, segundo fontes militares sul-coreanas.
As manobras suscitaram duras críticas do regime comunista de Kim Jong-il, que neste sábado acusou os EUA e sua "marionete" Coreia do Sul de levar a situação à beira do conflito. Pyongyang ameaçou usar seu poder nuclear em uma "guerra santa de represália". Em princípio, Washington e Seul haviam previsto realizar o treinamento conjunto neste mês em águas do Mar Amarelo, entre a costa ocidental da península coreana e a China. No entanto, Pequim, principal aliado da Coreia do Norte, fez oposição, ao considerar a operação uma ameaça para sua segurança. Por isso, em uma aparente concessão à China, EUA e Coreia do Sul mudaram a localização das manobras para a costa oriental da península coreana.
Os exercícios militares são abertamente apoiados pelo Japão, que, segundo fontes oficiais, receia "a ameaça" representada pela Coreia do Norte. Tóquio enviou quatro observadores a bordo do "George Washington". Com o nome de "Espírito Invencível", os exercícios que se desenvolvem deste domingo até quarta-feira no Mar do Japão são os primeiros de uma série que a Coreia do Sul e os EUA realizarão nos próximos meses.
A última vez que Seul e Washington fizeram uma demonstração de força dessa magnitude frente à Coreia do Norte foi em 1976, segundo a Yonhap. Na ocasião, ambos realizaram exercícios militares conjuntos em resposta ao assassinato de dois soldados americanos por oficiais norte-coreanos na cidade fronteiriça de Panmunjom.

FOCO 56: RELAÇÕES CONTURBADAS ENTRE VENEZUELA E COLÔMBIA!

NOSSOS VIZINHOS, VENEZUELA E COLÔMBIA ENTÃO EM PÉ DE GUERRA, E PRECISAMOS ANALISAR ISSO FRIAMENTE, NÃO NO SENTIMENTALISMO DESREGRADO, MAS PELO PONTO DE VISTA DOS DOIS LADOS...
COM ESTAS ENTREVISTAS PODEMOS TER UMA NOÇÃO BEM MAIS SIMPLES DOS PORQUES DESTA CRISE E TENSÃO AQUÍ PRÓXIMO DO BRASIL, E COMO NOSSO PAÍS PODE INTERFERIR NESTA SITUAÇÃO...

Nas últimas semanas, o presidente venezuelano Hugo Chávez passou diversos sinais conciliadores para o mandatário eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que tomará posse dia 7 de agosto. O retorno também foi promissor: o novo chefe de Estado colombiano revelou-se disposto a construir uma agenda positiva, que permitisse o pleno reatamento entre os dois países.
O comentário é de Breno Altman, jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi, 22-07-2010.
Mas a aproximação foi fulminada pela ação de Álvaro Uribe, desconfortável com a autonomia de seu sucessor e o risco de perder espaço na vida política do país. Mesmo sem qualquer incidente que servisse de pretexto, jogou-se nos últimos dias a reativar denúncias sobre supostos vínculos entre as Farc e a administração chavista.
O ápice da performance uribista foi a atual reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos), que se realiza em Washington. Bogotá apresentou provas para lá de duvidosas, que sequer foram corroboradas por seus aliados tradicionais, de que a Venezuela estaria protegendo e acobertando atividades guerrilheiras. A reação de Caracas foi dura e imediata.
A decisão pela ruptura de relações diplomáticas, no entanto, pode ser provisória. O próprio presidente Chávez, nas primeiras declarações a respeito dessa atitude, reafirmou a esperança de que Santos arrume a bagunça armada pelo atual ocupante do Palácio de Nariño. Mas reiterou sua disposição de enfrentar e desqualificar a estratégia de Uribe.
O presidente colombiano parece mirar dois objetivos.

O primeiro deles é interno: a reiteração da “linha dura” como política interna facilita sua aposta de manter hegemonia sobre os setores militares e sociais que conseguiu agregar durante seu governo.

O segundo, porém, tem alcance internacional. O uribismo é parte da política norte-americana para combater Chávez e outro governos progressistas; mesmo fora do poder, o líder ultradireitista não quer perder protagonismo e se apresenta como avalista para manter Santos na mesma conduta.
Fontes do Palácio de Miraflores não hesitam em afirmar que as provocações de Uribe, além de fixar seu alvo no presidente venezuelano, seriam estranhamente coincidentes com o discurso de José Serra e Indio da Costa no Brasil, retomando a pauta de eventuais relações entre o PT e a guerrilha colombiana. Esses analistas afirmam que o governante de Bogotá deu um lance para se manter em evidência na disputa regional entre os blocos de esquerda e direita.
Autoridades venezuelanas, nos bastidores, se empenham para que haja uma condenação generelizada, dos países latino-americanos, à conduta de Bogotá e ao cúmplice silêncio norte-americano. Não desejam que outras nações sigam o caminho da ruptura, mas Chávez parece convencido que seu colega colombiano não poderá ser detido com meias-palavras ou atos de conciliação.

O cientista político José Vicente Carrasquero, da Universidade Central da Venezuela, diz que tanto Álvaro Uribe como Hugo Chávez manejaram mal o conflito entre os dois países, que pode trazer problemas para o novo presidente da Colômbia e para o venezuelano.
A entrevista é de Mariana Timóteo da Costa e publicada pelo jornal O Globo, 23-07-2010.
Eis a entrevista.

Quem sai mais prejudicado com a crise?
Juan Manuel Santos (o presidente eleito da Colômbia) herdou uma grande batata quente e pode custar para consertar a relação com a Venezuela. Chávez certamente ganhou, com a decisão de romper com o vizinho, a antipatia dos pelo menos dois milhões de colombianos que vivem na Venezuela — muitos deles inclusive têm dupla cidadania e votam em nosso país. Isso, a dois meses de eleições, pode causar impacto. Mas quem sofre mais é o povo: na fronteira, por questões de segurança; nas cidades venezuelanas, por causa do desabastecimento de produtos que antes comprávamos da Colômbia. Os habitantes de nosso vizinho também, já que milhões dependem do dinheiro que vem da Venezuela para sobreviver.

Quem errou mais? Uribe, ao fazer as acusações contra a Venezuela, ou Chávez, ao anunciar que romperia relações com a Colômbia?

São dois líderes mais semelhantes do que a gente imagina: carismáticos, passionais, vaidosos e que tiveram atitudes intempestivas. Uribe agiria melhor, seria mais elegante, se entregasse este dossiê, que ao que me parece contém informações importantes, ao seu sucessor. Afinal, ele está deixando o poder. Já Chávez deveria — e tinha a obrigação — de reagir às acusações da forma como um chefe de Estado deve reagir: contestando os dados, apresentando soluções. Eu e milhões de eleitores na Venezuela queremos saber se guerrilheiros e terroristas encontram abrigo em nosso país. O governo nunca nos deu uma explicação satisfatória.

Em que isso prejudica os outros países da região?
Só o tempo e os termos desta ruptura, que ainda não estão muito claros, vão nos dizer.

O pesquisador e sociólogo colombiano Alfredo Rangel, da Fundação Segurança e Democracia, diz que a decisão de Hugo Chávez apenas formalizou uma ruptura que já havia, mas acha que a situação pode ser revertida depois que o novo governo da Colômbia tomar posse.
A entrevista é de Mariana Timóteo da Costa e publicada pelo jornal O Globo, 23-07-2010.
Eis a entrevista.

Que consequências esta ruptura trará para Venezuela e Colômbia?
Acho que vai prejudicar setores diplomáticos, consulares e negociações bilaterais. Mas a ruptura apenas formalizou algo que já acontecia: os países brigam há muito tempo, o comércio entre eles caiu 70%, a Colômbia sabe que guerrilheiros vivem na Venezuela e que o país não luta contra isso. As relações terão que recomeçar do zero no dia 7, quando o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, tomar posse.

O senhor é defensor das políticas de Álvaro Uribe. Ele agiu certo ao apresentar agora essas denúncias, a duas semanas de deixar o governo?
As provas que ele apresentou são realmente novas e as acusações contra a Venezuela, graves. Mas é evidente que Uribe quis mostrar seu desacordo com Santos, que defende normalizar as relações com o vizinho. Os dois querem acabar com o terrorismo e o narcotráfico, só que Uribe “limpou a casa internamente” antes de ir para a fronteira. Não se preocupou em contar com a colaboração da Venezuela. Santos pensa diferente e acho que solucionar esta questão com Chávez será uma das prioridades — e se ele conseguir uma das vitórias — de seu governo. Acho que ele consegue.

O Brasil e a Unasul poderiam ajudar de alguma maneira? A questão pode causar alguma tensão regional?

A Colômbia está distante do Brasil e, por tabela, da Unasul. Tanto que Santos — que está num giro pela América Latina — não vai a Brasília. Caracas tem mais aliados na região do que Bogotá. Seria bom o Brasil começar a trabalhar para equilibrar este quadro. Mas não acredito que este novo capítulo da crise se estenda aos vizinhos.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

FOCO 03: EX-IUGOSLÁVIA E KOSOVO.

ONU E EUA RECONHECEM A INDEPENDÊNCIA DE KOSOVO. E AGORA, COMO FICARÃO OS OUTROS CASOS DE NACIONALISMO DENTRO DA EUROPA??
EUA apoiam independência de Kosovo e pedem Europa unida
Washington respaldou separação da Sérvia em 2008 e agora quer 'futuro comum' para os países
HAIA - O Tribunal Internacional de Haia considerou nesta quinta-feira, 22, que a decisão unilateral da província de Kosovo de declarar independência da Sérvia em 2008 não violou as leis internacionais.
Segundo o tribunal, "não há norma no direito internacional" que não permita declarações de independência. É a primeira das conclusões que tornou pública a Corte de Haia, que repassa desde as 15 horas no horário local (10 horas em Brasília) os antecedentes do fato e os fundamentos de direito sobre a legalidade da declaração unilateral de independência do Kosovo.
"A assembleia do Kosovo tinha poder para tomar decisões que afetassem sua ordem legal", acrescentou o juiz presidente, Hisashi Owada, que apontou que a declaração também não transgrediu a resolução 1244 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
O ministro de Exteriores de Kosovo, Skender Hyseni, disse esperar compreensão do lado sérvio em relação à decisão da corte. "Espero que a Sérvia fique do nosso lado, que possamos dialogar em assuntos de interesse mútuo", disse o chanceler, acrescentando que tais conversas só podem ser estabelecidas como "um diálogo entre dois Estados soberanos".
A decisão não tem caráter prático, mas pode renovar a pressão para a retomada de negociações entre Pristina e Belgrado e ter implicações nas negociações para a entrada da Sérvia na União Europeia.
Em 1998, o governo da então Iugoslávia reprimiu separatistas kosovares de origem albanesa. A OTAN bombardeou o país por mais de dois meses em 1999 em retaliação. Os sérvios consideram Kosovo o berço de sua identidade nacional. Mais de 90% da população é de origem albanesa.
A independência do território sérvio havia sido reconhecida por 69 países, entre eles os EUA e a maioria dos países europeus, mas não pela Rússia, China, Brasil e a maioria dos países latino-americanos. A decisão deve fazer com que mais nações aceitem a independência kosovar, o que deixa o país mais perto de entrar na Organização das Nações Unidas (ONU).

terça-feira, 20 de julho de 2010

AGUENTE ESSA !!!! O QUE FALAR DISSO??? NEM CORAGEM EU TENHO DE FAZÊ-LO!!

Os custos das operações militares realizadas pelos Estados Unidos desde os ataques de 11 de Setembro, na chamada guerra ao terrorismo, já superam US$ 1 trilhão (R$ 1,78 trilhão), segundo um relatório do Serviço de Pesquisas do Congresso americano.
Ajustado à inflação, os custos das guerras no Afeganistão, no Iraque e em outros lugares do mundo chegam a US$ 1,15 trilhão (R$ 2 trilhões). O valor perde apenas para os US$ 4,1 trilhões (R$ 7,3 trilhões) gastos na Segunda Guerra (1939-1945).
A comparação foi feita no relatório "Custo das Principais Guerras dos EUA", que tenta avaliar os custos das guerras ao longo de mais de 230 anos, desde a Revolução Americana até a atualidade.
O próprio autor do documento, Stephen Daggett, ressalta que a comparação em um período de tempo tão grande, quando a moeda americana sofreu grandes mudanças de valor, "é problemática".
O valor considerado na época da Segunda Guerra, por exemplo é de US$ 296 bilhões --36% do PIB americano. Já o US$ 1,15 trilhão da guerra contra o terrorismo representa 1% do PIB dos EUA atual.
"Um problema é separar o custo das operações militares dos custos das forças em tempos de paz. Nos últimos anos, o Departamento de Defesa tentou identificar as despesas adicionais de engajar em operações militares, acima dos custos de manter operações militares rotineiras", explica o relatório.
"Os números são problemáticos também por causa das dificuldades de comparar preços de uma era completamente diferente para outra. Talvez um problema mais significativo é que a guerra fica mais cara ao longo do tempo pelo custo da tecnologia e sofisticação, tanto das atividades militares quanto civis", completa.
Em 2007, um orçamento do Congresso americano feito em 2007 estimava que o custo das guerras no Iraque e Afeganistão ficariam em US$ 2,4 trilhões até 2017, mais do que o dobro do valor total.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

FOCO 47: TENSÕES EM DARFUR: SUDÃO

O MAPA ACIMA, MOSTRA O SUDÃO, PAÍS PRODUTOR DE PETRÓLEO, E A REGIÃO DE DARFUR, ONDE EU RETIREI, PELA NET, AS UMAGENS ABAIXO:

IMAGENS DE CAMPOS DE REFUGIADOS EM DARFUR...
A NOTÍCIA ABAIXO, PARECE SER UMA DAQUELAS QUE QUEREM MOSTRAR QUE A COMUNIDADE INTERNACIONAL ESTÁ SOLIDÁRIA COM A SITUAÇÃO EM DARFUR, O GENOCÍDIO ASSUSTA O MUNDO... E SÓ VEMOS NOTÍCIAS COMO ESTA ABAIXO...

ENQUANTO ISSO, AS GRANDES POTÊNCIAS E O BRASIL, SE CALAM DIANTE DESTE MASSACRE, E O PAÍS, NADA FAZ....

O PETRÓLEO CONTINUA A MOVER INTERESSES ANTAGÔNICOS, E O POVO É QUEM PAGA O PATO....

O Conselho de Segurança das Nações Unidas expressou hoje sua preocupação com o considerável recrudescimento da violência na região de Darfur no Sudão, após escutar o testemunho de vários responsáveis da ONU e da União Africana (UA) na área.
"O Conselho expressa sua grande preocupação pelo recrudescimento da violência em Darfur e o elevado número de baixas civis", disse o presidente rotativo do órgão, o embaixador mexicano Claude Heller.
O diplomata ressaltou que pede a todas as partes que respeitem o cessar-fogo e que permitam o acesso humanitário às áreas onde se desenvolvem os combates.
Também assinalou que o Conselho pede a todos os movimentos rebeles de Darfur que se unam ao processo de paz e participem de maneira construtiva nas negociações realizadas com o Governo do Sudão em Doha, Catar.
Heller também se referiu à situação no sul do Sudão, onde será realizado um plebiscito de autodeterminação no próximo ano.
Nesse sentido, pediu que se respeite o acordo de paz estabelecido em 2005 e que pôs fim a 20 anos de conflito entre o norte do Sudão, de maioria muçulmana, e o sul, predominantemente cristão e animista.
Em seu discurso na reunião do Conselho, o ex-presidente sul-africano Thabo Mbeki, que preside o painel da União Africana em Darfur (AUPD), informou das ações que se desenvolvem na região para assegurar a paz no sul do país e pôr fim à violência em Darfur.
Entre outras coisas, explicou que no dia 21 de junho serão iniciadas as reuniões com o Governo e os ex-rebeldes do Movimento Popular de Libertação do Sudão (MPLS) para preparar os possíveis cenários após o plebiscito.
No que diz respeito a Darfur, o ex-líder explicou que seu painel prepara um plano de reconciliação com o Governo e respalda as negociações em Doha.
Esta intensa atividade diplomática acontece em meio ao recrudescimento da violência na região sudanesa, especialmente entre forças do Governo de Cartum e o Movimento de Justiça e Igualdade (MJI).
O chefe da missão de paz conjunta da ONU e da UA em Darfur (UNAMID), Ibrahim Gambari, ressaltou que 477 pessoas morreram em maio em enfrentamentos.
O diplomata nigeriano explicou que os enfrentamentos entre os dois grupos continuam e que a segurança em determinadas partes de Darfur "é tensa e volátil".
"É possível observar o movimento de tropas e o aprovisionamento de material dos dois lados, e espera-se que o confronto militar se prolongue por certo tempo se não houver esforços urgentes para assegurar um cessar-fogo", acrescentou.
Gambari lamentou que os deslocamentos de população causados pela violência, que afetam entre dez mil e 50 mil pessoas, tenham complicado as tarefas de proteção dos "capacetes azuis".
Além disso, falou com preocupação por terem lhe negado o acesso desde fevereiro a certas áreas da localidade de Jbeil Marra.
A guerra em Darfur, que explodiu em 2003, já deixou pelo menos 300 mil mortos e obrigou 2,7 milhões de pessoas a abandonarem suas comunidades de origem, segundo dados da ONU.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

EM TEMPOS DE COPA DO MUNDO... TORCEMOS PARA QUE A PAZ SEJA REALIDADE NESTE CONTINENTE!

Tripoli, Líbia (PANA) - A tendência atual da resolução das situações de conflitos no continente africano é positiva e merece ser saudada, reforçada e acelerada, declarou em Tripoli o Comissário para a Segurança e Paz da União Africana (UA), Ramadhane Lamamra.
Numa entrevista à PANA no termo da cerimónia de encerramento da quarta reunião dos ministros da Defesa dos países da Comunidade dos Estados Sahelo-Sarianos (CEN-SAD), Lamamra afirmou que progressos notáveis foram registados no plano da aplicação da arquitetura africana de paz e segurança tanto a nível da doutrina como a nível da instrumentação, bem como nas ações apoiadas que estão a ser levadas a cabo para assegurar a efetividade de todo o dispositivo de paz no continente.
Ele lembrou que, desde a instauração, em Março de 2004, do Conselho de Paz e Segurança Africana (CPS) da UA, mais de 230 reuniões sobre diferentes crises registadas no continente foram realizadas por esta instância que tomou decisões importantes, incluindo o desdobramento de operações de apoio à paz em Darfur (conturbada região ocidental do Sudão) e na Somália.

"A nível do grupo de sábios, progressos substanciais foram realizados na aplicação do Sistema Continental de Alerta Rápida", disse o Comissário africano, afirmando que o processo de criação da força africana de entendimento, que é a componente emblemática desta arquitetura, está em curso nas cinco brigadas regionais.

Lamamra sublinhou ainda a determinação da organização continental a promover a paz e a segurança em todos os lugares e em todas circunstâncias, citando, como prova, o desdobramento da Missão da UA na Somália (AMISOM) que efetuou um trabalho notável, embora com meios limitados e em condições particularmente difíceis."Embora progressos consideráveis fossem registados na resolução de algumas crises que afetam o continente, a situação em geral não está menos preocupante", disse.

Ele apelou às partes em causa para redobrar de esforços para promover estratégias de prevenção, gestão e resolução dos conflitos de maneira mais proativa e eficaz.Ele afirmou, por um outro lado, que os esforços envidados a nível da UA para a busca de "soluções africanas para os problemas africanos" deram uma grande credibilidade à organização continental na cena internacional e nas visões das populações africanas.

Lamamra sublinhou também a necessidade para a UA de desenvolver seus próprios mecanismos e capacidades, para além do apoio externo.

"Este processo de se assumir é indispensável e exige um compromisso mais acrescido de todo o mundo bem como a vontade de ultrapassar todas as dificuldades da conjuntura a fim de se escrever a história dum continente que se encarregue resolutamente do seu destino no mundo complexo de hoje e de amanhã", concluiu Lamamra.