"É verdade que nestes 25 anos de existência o EZLN foi provando diferentes formas de luta, mas nunca traiu os seus princípios. A ética zapatista lhe outorga a qualidade moral que os seus detratores ainda têm que reconhecer. Por isso, a sua proposta de construir um mundo novo foi reconhecida em todo o mundo”, escreve Carmen Martinez, em artigo publicado no sítio espanhol Kaos, 17-11-2008.
A tradução é do Cepat.
No dia 17 de novembro de 2008, completaram-se os 25 anos do surgimento do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), nas montanhas do então esquecido Estado de Chiapas, no sudeste do México. Segundo informações que obtivemos através dos numerosos comunicados emitidos pelos zapatistas, assim como pelas entrevistas que diversos personagens fizeram com o Subcomandante, o grupo inicial era composto por seis pessoas de origens urbanas entre as quais se encontrava o próprio Subcomandante.
Os zapatistas apareceram em cena pública no dia 1º de janeiro de 1994 mediante a tomada sincronizada e de surpresa de cinco sedes municipais do Estado de Chiapas, numa ação militar qualificada pelo próprio subcomandante como “um poema”. De imediato, se pode supor que estas ações somente poderiam ter sido realizadas por um grande grupo de pessoas com uma elevada moral e perfeitamente organizadas, treinadas e disciplinadas. Nas fotografias que apareceram nos jornais daqueles primeiros dias, podemos observar os insurgentes e milicianos, mulheres e homens em sua grande maioria indígenas com a pele da cor da terra, que em seu olhar deixavam ver todo o amor pela pátria e a decisão de acabar de uma vez por todas com a marginalização, o desprezo e o esquecimento em que essa pátria os manteve durante mais de 500 anos.
Posteriormente, nos inteiramos de que essa moral, organização e disciplina, era o produto de dez anos de árduo trabalho realizado por esses primeiros seis insurgentes em condições sumamente hostis e na clandestinidade absoluta, e que pouco a pouco foram se somando a eles os habitantes das comunidades indígenas. Em muitas ocasiões o Subcomandante, como porta-voz do EZLN, falou da importância, para um grupo de militantes formado na velha idéia da luta revolucionária, desse contato com o pensamento, a rebeldia e a forma de organização das comunidades indígenas.
Este contato com a cultura e a forma de rebeldia dos povos originários, proporcionou ao EZLN características incomuns entre os grupos revolucionários dos anos 70. É verdade que na Primeira Declaração da Selva Lacandona, emitida naquele 1º de janeiro de 1994, declararam guerra ao Exército federal mexicano e seu chefe máximo e ilegítimo: Carlos Salinas de Gortari e chamaram o povo do México para engrossar as suas filas; também é verdade que de imediato foram sensíveis às vozes desse povo do México que imediatamente entendeu a sua causa e manifestou o seu apoio, mas também expressou a sua recusa à violência como forma de luta.
A partir de então, até agora, o EZLN, sem abandonar as armas (o que é muito compreensível dada a vocação traiçoeira do Estado), apresentou à sociedade civil diversas propostas organizativas para levar adiante uma luta política civil e pacífica que levasse à transformação da estrutura social, isto é, a uma luta anticapitalista. Pois, somente acabando com o capitalismo é possível construir uma sociedade justa e igualitária na qual a riqueza produzida com o nosso trabalho seja igualmente desfrutada por todos.
É verdade que nestes 25 anos de existência o EZLN foi provando diferentes formas de luta, mas nunca traiu os seus princípios (algo sumamente valioso nestes tempos em que em nome do pragmatismo, os políticos são capazes de vender a sua alma ao diabo). A ética zapatista lhe outorga a qualidade moral que os seus detratores ainda têm que reconhecer. Por isso, a sua proposta de construir um mundo novo foi reconhecida em todo o mundo.
No dia 17 de novembro de 2008, completaram-se os 25 anos do surgimento do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), nas montanhas do então esquecido Estado de Chiapas, no sudeste do México. Segundo informações que obtivemos através dos numerosos comunicados emitidos pelos zapatistas, assim como pelas entrevistas que diversos personagens fizeram com o Subcomandante, o grupo inicial era composto por seis pessoas de origens urbanas entre as quais se encontrava o próprio Subcomandante.
Os zapatistas apareceram em cena pública no dia 1º de janeiro de 1994 mediante a tomada sincronizada e de surpresa de cinco sedes municipais do Estado de Chiapas, numa ação militar qualificada pelo próprio subcomandante como “um poema”. De imediato, se pode supor que estas ações somente poderiam ter sido realizadas por um grande grupo de pessoas com uma elevada moral e perfeitamente organizadas, treinadas e disciplinadas. Nas fotografias que apareceram nos jornais daqueles primeiros dias, podemos observar os insurgentes e milicianos, mulheres e homens em sua grande maioria indígenas com a pele da cor da terra, que em seu olhar deixavam ver todo o amor pela pátria e a decisão de acabar de uma vez por todas com a marginalização, o desprezo e o esquecimento em que essa pátria os manteve durante mais de 500 anos.
Posteriormente, nos inteiramos de que essa moral, organização e disciplina, era o produto de dez anos de árduo trabalho realizado por esses primeiros seis insurgentes em condições sumamente hostis e na clandestinidade absoluta, e que pouco a pouco foram se somando a eles os habitantes das comunidades indígenas. Em muitas ocasiões o Subcomandante, como porta-voz do EZLN, falou da importância, para um grupo de militantes formado na velha idéia da luta revolucionária, desse contato com o pensamento, a rebeldia e a forma de organização das comunidades indígenas.
Este contato com a cultura e a forma de rebeldia dos povos originários, proporcionou ao EZLN características incomuns entre os grupos revolucionários dos anos 70. É verdade que na Primeira Declaração da Selva Lacandona, emitida naquele 1º de janeiro de 1994, declararam guerra ao Exército federal mexicano e seu chefe máximo e ilegítimo: Carlos Salinas de Gortari e chamaram o povo do México para engrossar as suas filas; também é verdade que de imediato foram sensíveis às vozes desse povo do México que imediatamente entendeu a sua causa e manifestou o seu apoio, mas também expressou a sua recusa à violência como forma de luta.
A partir de então, até agora, o EZLN, sem abandonar as armas (o que é muito compreensível dada a vocação traiçoeira do Estado), apresentou à sociedade civil diversas propostas organizativas para levar adiante uma luta política civil e pacífica que levasse à transformação da estrutura social, isto é, a uma luta anticapitalista. Pois, somente acabando com o capitalismo é possível construir uma sociedade justa e igualitária na qual a riqueza produzida com o nosso trabalho seja igualmente desfrutada por todos.
É verdade que nestes 25 anos de existência o EZLN foi provando diferentes formas de luta, mas nunca traiu os seus princípios (algo sumamente valioso nestes tempos em que em nome do pragmatismo, os políticos são capazes de vender a sua alma ao diabo). A ética zapatista lhe outorga a qualidade moral que os seus detratores ainda têm que reconhecer. Por isso, a sua proposta de construir um mundo novo foi reconhecida em todo o mundo.
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