ENTRA ANO, SAI ANO, E OS CONFLITOS INTERNACIONAIS CONTINUAM EM EVIDÊNCIA PELO MUNDO AFORA... E NESTE COMEÇO DE 2010, JÁ PODEMOS ILUSTRAR NESTA REPORTAGEM, A QUANTIDADE DE CONFLITOS PRESENTES NO MUNDO, DE TODOS OS TIPOS DE CAUSAS....
COMPARE OS ANOS E VERÁS QUE OS TIPOS E CONFLITOS ESTÃO EM UM LIGEIRO AUMENTO.
Enquanto a opinião pública volta suas atenções à ofensiva de Israel sobre a Faixa de Gaza, outros 344 conflitos armados continuam a castigar populações em todo o mundo. Segundo pesquisa feita pelo Instituto de Heidelberg, na Alemanha, entre os conflitos registrados no ano passado, nove são guerras. Em 2007, havia seis guerras em curso no mundo.
Além das guerras, há ainda 30 outros conflitos armados com uso massivo de violência. A pesquisa, chamada Barômetro dos Conflitos, foi finalizada no dia 30 de novembro, antes do fim do cessar-fogo na Faixa de Gaza. Ou seja, a guerra no Oriente Médio não está computada como tal no levantamento, já que vigorava à época uma trégua entre Israel e o Hamas.
O estudo é elaborado pelos pesquisadores do instituto desde 1997 e conta com a colaboração de informantes dos cinco continentes — Clique aqui para ler o relatório em inglês.
Os conflitos são classificados em cinco categorias. As nove guerras, as 30 graves crises e as 95 crises são classifcados como eventos violentos pelo instituto. Em contraponto, há ainda outros 211 conflitos não-violentos, sendo que 129 são manifestos e 82, latentes.
Enquanto a opinião pública volta suas atenções à ofensiva de Israel sobre a Faixa de Gaza, outros 344 conflitos armados continuam a castigar populações em todo o mundo. Segundo pesquisa feita pelo Instituto de Heidelberg, na Alemanha, entre os conflitos registrados no ano passado, nove são guerras. Em 2007, havia seis guerras em curso no mundo.
Além das guerras, há ainda 30 outros conflitos armados com uso massivo de violência. A pesquisa, chamada Barômetro dos Conflitos, foi finalizada no dia 30 de novembro, antes do fim do cessar-fogo na Faixa de Gaza. Ou seja, a guerra no Oriente Médio não está computada como tal no levantamento, já que vigorava à época uma trégua entre Israel e o Hamas.
O estudo é elaborado pelos pesquisadores do instituto desde 1997 e conta com a colaboração de informantes dos cinco continentes — Clique aqui para ler o relatório em inglês.
Os conflitos são classificados em cinco categorias. As nove guerras, as 30 graves crises e as 95 crises são classifcados como eventos violentos pelo instituto. Em contraponto, há ainda outros 211 conflitos não-violentos, sendo que 129 são manifestos e 82, latentes.
Em comparação com 2007, a situação geral não mudou muito: passou de 344 conflitos para 345. Apesar disso houve agravamento na violência, já que as guerras passaram de seis para nove e as crises graves de 26 para 30. Do total, 227 mantiveram o nível de intensidade de um ano para outro. “O mundo se tornou menos pacífico. Voltamos à situação de quatro ou cinco anos atrás”, afirma a professora Lotta Mayer, editora do Barômetro de Conflitos.
O estudo também mostra quais são os principais motivos dos conflitos armados. Em geral, as disputas acontecem por território, secessão, ideologia, poder nacional e internacional, predominância regional, recursos naturais, autonomia e descolonização.
O Oriente Médio e a África foram responsáveis por três guerras cada. Já na Ásia, houve duas guerras e na Europa, uma. Dessas, quatro já eram classificadas como guerras nos dois anos anteriores — Afeganistão (Talibã), Sudão (Darfur), Somália e Sri Lanka. “O conflito em Darfur é considerado como guerra pelo quinto ano consecutivo, o que indica o endurecimento e a perpetuação do uso massivo de violência”, afirma Mayer.
Quatro crises passaram para categoria de guerra no ano passado — Chade, as ações dos seguidores do clérigo Al SAdr no Iraque; a disputa entre grupos religiosos no Paquistão; e a rebelião dos curdos na Turquia.
Apenas a guerra entre Rússia e Geórgia, que estava em um estado de não-violência, subiu para o estado de guerra, em agosto. Já duas guerras de 2007 caíram para a classificação de crises graves — a resistência à ocupação estrangeira por grupos insurgentes no Iraque e a guerrilha Talibã no Paquistão.
“Existe uma contígua crise na zona entre Chade, Sudão, Etiópia, Somália, Quênia e República Democrática do Congo, onde um número altamente violento de conflitos e inúmeras crises são fatalmente interligados acrescentando a elas intensidade”, avalia Mayer. O agravamento da crise no Congo, por exemplo, que aconteceu em dezembro, não chegou a ser considerado como guerra.
Uma região que também preocupa é a que compreende a Índia e o Paquistão, paises que mantém uma antiga disputa em torno da posse da Caxemira. Mesmo não sendo considerada uma guerra, o conflito é de alta intensidade porque envolve duas potências militares, supostamente dotadas de armas nucleares.
“As tensões aumentaram ao longo da fronteira, na seqüência dos devastadores ataques terroristas em Mumbai, pois se verificou que os terroristas vieram do Paquistão”, afirma a editora do relatório.
Para o instituto, a chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos gera uma esperança de que a principal força militar do mundo passe a recorrer mais à diplomacia do que às armas em suas intervenções internacionais. A estratégia de George Bush de pegar pesado na luta contra o terrorismo deixou marcas que devem perdurar por muito tempo na política externa norte-americana.
O estudo também mostra quais são os principais motivos dos conflitos armados. Em geral, as disputas acontecem por território, secessão, ideologia, poder nacional e internacional, predominância regional, recursos naturais, autonomia e descolonização.
O Oriente Médio e a África foram responsáveis por três guerras cada. Já na Ásia, houve duas guerras e na Europa, uma. Dessas, quatro já eram classificadas como guerras nos dois anos anteriores — Afeganistão (Talibã), Sudão (Darfur), Somália e Sri Lanka. “O conflito em Darfur é considerado como guerra pelo quinto ano consecutivo, o que indica o endurecimento e a perpetuação do uso massivo de violência”, afirma Mayer.
Quatro crises passaram para categoria de guerra no ano passado — Chade, as ações dos seguidores do clérigo Al SAdr no Iraque; a disputa entre grupos religiosos no Paquistão; e a rebelião dos curdos na Turquia.
Apenas a guerra entre Rússia e Geórgia, que estava em um estado de não-violência, subiu para o estado de guerra, em agosto. Já duas guerras de 2007 caíram para a classificação de crises graves — a resistência à ocupação estrangeira por grupos insurgentes no Iraque e a guerrilha Talibã no Paquistão.
“Existe uma contígua crise na zona entre Chade, Sudão, Etiópia, Somália, Quênia e República Democrática do Congo, onde um número altamente violento de conflitos e inúmeras crises são fatalmente interligados acrescentando a elas intensidade”, avalia Mayer. O agravamento da crise no Congo, por exemplo, que aconteceu em dezembro, não chegou a ser considerado como guerra.
Uma região que também preocupa é a que compreende a Índia e o Paquistão, paises que mantém uma antiga disputa em torno da posse da Caxemira. Mesmo não sendo considerada uma guerra, o conflito é de alta intensidade porque envolve duas potências militares, supostamente dotadas de armas nucleares.
“As tensões aumentaram ao longo da fronteira, na seqüência dos devastadores ataques terroristas em Mumbai, pois se verificou que os terroristas vieram do Paquistão”, afirma a editora do relatório.
Para o instituto, a chegada de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos gera uma esperança de que a principal força militar do mundo passe a recorrer mais à diplomacia do que às armas em suas intervenções internacionais. A estratégia de George Bush de pegar pesado na luta contra o terrorismo deixou marcas que devem perdurar por muito tempo na política externa norte-americana.
Com relação à América Latina, o conflito colombiano — entre o governo do país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) — não é qualificado como guerra, e sim como crise grave. Outro conflito que afeta a região é o vivido pelo México na luta contra os cartéis do narcotráfico.
Em toda a América, o número de conflitos passou de 41 para 43. Dois terminaram e quatro surgiram — os índios Mapuche contra o governo do Chile, dois conflitos de oposição no Panamá e um no Peru.
O caso dos Mapuche tem interesse especial. Praticamente ignorado pela comunidade internacional, a crise irrompeu em janeiro do ano passado quando o estudante Vatrileo Quezada, de 22 anos, foi morto pela polícia chilena. O incidente gerou uma série de protestos pelo país. Em agosto do ano passado, uma bomba de fabricação caseira atribuída a um grupo Mapuche explodiu em frente à embaixada do Brasil em Santiago.
No Brasil, há apenas uma crise, segundo o instituto. O embate entre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Estado brasileiro , que acontece desde 1995, é considerado um conflito de intensidade manifesta.
Em toda a América, o número de conflitos passou de 41 para 43. Dois terminaram e quatro surgiram — os índios Mapuche contra o governo do Chile, dois conflitos de oposição no Panamá e um no Peru.
O caso dos Mapuche tem interesse especial. Praticamente ignorado pela comunidade internacional, a crise irrompeu em janeiro do ano passado quando o estudante Vatrileo Quezada, de 22 anos, foi morto pela polícia chilena. O incidente gerou uma série de protestos pelo país. Em agosto do ano passado, uma bomba de fabricação caseira atribuída a um grupo Mapuche explodiu em frente à embaixada do Brasil em Santiago.
No Brasil, há apenas uma crise, segundo o instituto. O embate entre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Estado brasileiro , que acontece desde 1995, é considerado um conflito de intensidade manifesta.
FONTE:
http://www.conjur.com.br/2009-jan-09/alem_guerra_faixa_gaza_mundo_sofre_outros_344_conflitos_armados