sábado, 6 de setembro de 2008

FOCO 16: CHIPRE E AS TENSÕES GRECO-TURCAS !

O mapa acima se refere à Divisão do Chipre, localizado no sudeste da Europa !

O mapa acima se refere à ilha de Chipre, localizada no sudeste da Europa.
CHIPRE – Unido na Diversidade, Um país, duas bandeiras
A República Turca de Chipre do Norte (turco: Kuzey Kıbrıs Türk Cumhuriyeti) ocupa o terço norte da ilha de Chipre. Colônia britânica desde 1878, a ilha de Chipre proclamou sua independência em 1960, ainda que com a oposição da minoria turca, que habitava a ilha em conjunto com a maioria grega. A Organização das Nações Unidas viu-se obrigada a enviar uma força de paz permanente. Em julho de 1974 , tropas da Turquia desembarcaram na ilha e controlaram seu terço setentrional e em 13 de fevereiro do ano seguinte proclamaram o Estado Federado Turco de Chipre sobre a área ocupada, que se autoproclamou, em novembro de 1983, República Turca do Norte do Chipre. Apesar disso, não é reconhecida internacionalmente por nenhum país além da Turquia. As negociações para a reunificação do Chipre são mediadas pelas Nações Unidas. O presidente é Mehmet Ali Talat e o primeiro-ministro Ferdi Sabit Soyer.
CHIPRE , é a terceira ilha do mediterrâneo, depois da Sicília e da Sardenha. Situa-se no Mediterrâneo Oriental, ao sul da Turquia, país que é o território mais próximo. Segundo o Direito Internacional, a ilha, no seu todo, é um país independente.
A Republica Turca de Chipre do Norte é apenas reconhecida pela Turquia. A quase totalidade da comunidade grega é cristã e a cipriota grega é aderente da Igreja Ortodoxa de Chipre. A maioria dos cipriotas turcos são muçulmanos.
CHIPRE tem uma história pouco pacifica, uma vez que se encontra dividida entre gregos e turcos, há já largos anos. Na antiguidade foi ocupada sucessivamente por egípcios, assírios, persas e gregos. Foi dominada pela Republica de Veneza desde 1489 até à invasão dos turcos otomanos em 1570. Desde 1878, pelo Congresso de Berlim, tornou-se colônia britânica. Tornou-se independente a 16 de Agosto de 1960. No tratado de independência, os britânicos reservaram para si a soberania das bases de AKrotiri e Dhekelia. A constituição cipriota atribuía a presidência à parte grega e a vice-presidência ao turcos –cipriotas, com direito de veto, o que dificultou o relacionamento entre gregos e turcos. Na sequência de um golpe pró-helénico, em 15 de Julho de 1974, que depôs o governo legitimo, a Turquia invadiu e ocupou militarmente a parte NORTE da ilha. A 13 de Fevereiro de 1975, a Turquia proclamou o Estado Federado Turco de CHIPRE sobre a área ocupada.
A 15 de Novembro de 1983, a parte NORTE da ilha autoproclamou-se independente – Republica Turca do Norte de Chipre.
A Republica Turca do Norte de Chipre não é reconhecida internacionalmente, apenas pela Turquia.
Desde 1973 que Chipre e a União Européia estão ligados por um acordo de associação.
Em 1990, a Republica de Chipre formulou o pedido de adesão à União européia.
Em 1993, a Comissão Europeia conclui que tal pedido foi feito em nome de toda a ilha. A 6 de Março de 1995, Chipre foi admitido como candidato a estado-membro.
A 16 de Abril de 2003 foi assinado em Atenas o Tratado de Adesão à União Européia .
Em 1 de Maio de 2004, Chipre tornou-se, com mais 9 países, membro de pleno direito da União Européia. As negociações para a reunificação da ilha estão em curso, o que, se forem bem sucedidas, poderá proporcionar mais uma “alargamento
territorial” à semelhança da unificação da Alemanha.
A parte NORTE da ilha, apresenta uma situação econômica frágil: Não possui política monetária (usa a moeda turca), o comércio é extremamente dependente do mercado turco, o turismo não é muito explorado, e não conta com o apoio da UE.


NOTÍCIAS RECENTES SOBRE O TEMA:
Recomeçam negociações pela reunificação no Chipre
Os líderes das duas comunidades do Chipre recomeçaram negociações pela reunificação. Apesar do ceticismo em torno da disputa, acredita-se que o esforço possa ser bem sucedido.
Os representantes das duas partes do país se encontraram nesta quarta-feira (03/09) na zona de segurança controlada pela ONU. De um lado o greco-cipriota Demetris Christofias, presidente do Chipre de maioria grega, Estado-membro da União Européia desde 2004. Do outro, o turco-cipriota Mehmet Ali Talat, líder da República Turca do Norte do Chipre, reconhecida apenas pela Turquia. O otimismo manifestado por alguns observadores em relação ao recomeço das negociações pela reunificação deve-se, em parte, ao fato de Christofias e Talat terem um bom relacionamento. Além disso, a política moderada de ambos também indica que uma solução seja possível, acabando com uma disputa que há muito tempo desafia esforços internacionais e ameaça as aspirações da Turquia a ingressar na União Européia.
Como principal resultado do encontro, os líderes dos dois grupos cipriotas decidiram se reunir semanalmente, e anunciaram que o próximo encontro será no dia 11 de setembro.
Solução à moda suíça
Um diplomata ligado às negociações, falando sob condição de anonimato, disse à agência de notícias Reuters ser esta a melhor chance de reunificação que o Chipre já teve em décadas. "Ambos os líderes estão genuinamente comprometidos na busca de um acordo, e isto era o que faltava antes", disse.
Inúmeros mediadores já tentaram apresentar uma solução para a maior ilha do Mediterrâneo, mas todas falharam. Ambos os lados vislumbram uma resposta federativa ao problema, já que a opção por uma república única está fora de questão. O país seria composto de duas comunidades, duas regiões, e administrado desta maneira, levando os dois grupos em consideração, como no exemplo da Suíça.
Esforços de reunificação neste sentido já foram realizados em 2004. Ao final das conversas foi realizado um plebiscito, organizado pelas Nações Unidas, para que os dois grupos se manifestassem a respeito da solução federativa. Os turcos aceitaram, mas os gregos rejeitaram.
As divergências se referem à administração dessa suposta federação, sendo a soberania da região turca uma questão complexa. Para os turco-cipriotas, o ideal seria a parceria de dois Estados soberanos. No entanto, os greco-cipriotas, que administram o governo da ilha, internacionalmente reconhecido, até agora têm sido irredutíveis em sua recusa de conceder qualquer tipo de soberania aos turcos.
Localização estratégica
Gregos e turcos vêm tendo que dividir o território desde que o país conquistou a independência em relação ao Reino Unido. Como ponto estratégico no Mediterrâneo oriental, o Chipre sempre foi território muito disputado. Os britânicos, que receberam o poder de administrar a ilha em 1878 após a guerra Russo-Turca, usaram o país como base naval durante a Primeira Guerra Mundial.
Em 1925 a ilha foi declarada colônia da coroa britânica. Embora a Turquia esteja mais próxima ao Chipre, há muito tempo a maioria da população da ilha é de origem grega. Mesmo assim, os britânicos colocaram a minoria turca no poder, aumentando a rixa entre os dois grupos étnicos.
Laços gregos
A população grega viu sua salvação na enosis – a desejada anexação pela Grécia. Com esse objetivo, o grupo clandestino EOKA foi criado para lutar contra os britânicos e seus colaboradores turcos.
Londres abriu mão do controle da ilha em 1960. Para proteger a minoria turca, foi esboçada uma constituição, garantindo que contratações em repartições públicas e cargos de confiança seriam feitas respeitando um sistema de cotas étnicas e dando aos turco-cipriotas o direito de veto permanente. Em 1963 houve um período violento entre as duas comunidades, aplacado somente com o envio de missões de paz da ONU.
Em 1974, o governo militar da Grécia organizou um golpe de Estado na ilha, colocando Nikos Sampson na presidência do Chipre. Em retaliação, a Turquia o invadiu, sob o pretexto de restaurar a ordem constitucional.
Cipriotas divididos
Mesmo com uma história tão conturbada, o país ainda inspira otimismo a analistas políticos. Hugh Pope, membro do International Crisis Group (ICG), baseado em Istambul, disse à agência de notícias Reuters que a entrada do Chipre na União Européia em 2004 ofereceu aos ilhéus um elemento de segurança que faltava nas negociações até então.
Mas, para alguns habitantes da ilha, somente um milagre poderia fazer com que as presentes negociações, reabertas, tenham sucesso.
"Não tenho certeza se quero voltar a viver com os turco-cipriotas", disse Stella Stavrides, uma greco-cipriota. "Gostaria de ver uma solução, mas será muito difícil. Não tenho certeza se posso confiar nos turcos", acrescentou. O turco-cipriota Emine Hussein tenta ter esperança, mas duvida que as conversas chegarão a alguma conclusão. "Fizemos a nossa parte, votamos 'sim' (no plebiscito realizado em 2004, rejeitado pelos greco-cipriotas) e ficamos muito desapontados", disse.

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