A República Democrática do Congo, localizado na região central da África, tornou-se, nos últimos anos, foco de conflitos na região dos Grandes Lagos africanos. Após derrubar o ditador Mobutu Sese Seko, em 1997, Laurent Kabila enfrenta uma rebelião de antigos aliados. O envolvimento militar de nações vizinhas amplia a guerra civil, responsável por quase 5 milhões de mortes.
Em 2001, o presidente é assassinado e sucedido por seu filho, Joseph Kabila, que começa a negociar a paz. Florestas tropicais cobrem metade do território, irrigado por muitos rios, com destaque para o Congo, o segundo mais extenso da África. Lagos pontilham a fronteira leste - o maior é o Tanganica. Cerca de 60% da população, com mais de 200 etnias, vive em áreas rurais. Um dos líderes na produção mundial de diamantes, a RDC possui vastas reservas minerais.
História
Idade avançada faz premiê da República Democrática do Congo renunciar
Antoine Gizenga, que tem mais de 80 anos, anunciou renúncia.Ele disse que seu espírito está forte, mas o corpo não está à altura.
Do G1, com agências internacionais
O primeiro-ministro da República Democrática do Congo, Antoine Gizenga, anunciou nesta quinta-feira (25) que ia renunciar por conta de sua "idade avançada". "Decidi apresentar minha renúncia ao presidente", disse Gizenga em discurso na televisão. Ele tem mais de 80 anos. Ele disse que, apesar de que seu espírito "ainda está forte", ele concluiu que seu corpo envelhecido não estava mais à altura da tarefa de governar. Depois de ter vencido as eleições de 2006, o presidente Joseph Kabila indicou o oposicionista Gizenga para chefe de governo, como recompensa pelo apoio do socialista Palu, partido de Gizenga, durante a campanha. Gizenga havia sido vice do primeiro premiê do Congo, que foi assassinado em 1961 meses depois que o país conseguiu sua independência da Bélgica.
História
A região é ocupada na Antiguidade por bantos da África Oriental e povos do rio Nilo, que ali fundam os reinos de Baluba e do Congo. Em 1878, o explorador Henry Stanley estabelece entrepostos comerciais no rio Congo, sob ordens do rei belga Leopoldo II. Na conferência de Berlim, em 1885, que divide a África entre as potências européias, Leopoldo II recebe o território como possessão pessoal. Em 1908, o Estado Livre do Congo deixa de ser propriedade da Coroa e torna-se colônia da Bélgica, chamada Congo Belga.
Independência - O movimento nacionalista se inicia em 1957, com os primeiros partidos políticos no país. O Movimento Nacional Congolês, sob a liderança de Patrice Lumumba, prega a independência em âmbito nacional, opondo-se às tendências separatistas em Katanga, região no extremo sul do país rica em minérios. Em junho de 1960, o Congo conquista a independência com o nome de República do Congo. Lumumba, pró-União Soviética (URSS), assume o cargo de primeiro-ministro, e Joseph Kasavubu, a Presidência. A maioria dos colonos europeus deixa o país. Poucos dias depois, eclode uma rebelião separatista comandada por Moise Tshombé, que reivindica a região de Katanga. Antes do fim do ano, Kasavubu afasta do governo Lumumba, assassinado em janeiro de 1961, em trama com a participação do governo belga.
A Organização das Nações Unidas (ONU) envia tropas para conter os levantes revolucionários e as lutas separatistas que eclodem no país, o que consegue em 1963, com a fuga de Tshombé. Dias depois da retirada da ONU, em 1964, Tshombé regressa e torna-se primeiro-ministro, mas, em outubro de 1965, é obrigado a renunciar. Em novembro, Kasavubu é derrubado em um golpe liderado por Mobutu Joseph Désiré.
Ditadura de Mobutu - Mobutu estabelece uma ditadura apoiada pelas multinacionais que operam no território. Na década de 1970 impõe a "africanização" do país, mudando seu nome para Zaire, e o da capital, para Kinshasa (ex-Leopoldville). O próprio Mobutu passa a se chamar Mobutu Sese Seko Koko Ngbendu wa za Banga, que significa "o todo-poderoso guerreiro que, por sua resistência e inabalável vontade de vencer, vai de conquista em conquista deixando fogo a sua passagem". Pressões externas levam-no a adotar o pluripartidarismo, em 1990. Em 1992 é instituída uma Conferência Nacional para realizar reformas constitucionais. A constante ação de Mobutu, porém, impede que a Conferência realize a transição para a democracia.
Kabila no poder - Em 1994, mais de 1 milhão de ruandeses (na maioria da etnia hutu), foragidos do genocídio em seu país, ingressam no leste do Zaire. A chegada dos refugiados desestabiliza a região, habitada há mais de 200 anos pelos tutsis baniamulenges, etnia rival dos hutus. Sentindo-se negligenciados por Mobutu - que tolera a presença dos hutus -, os baniamulenges iniciam uma rebelião em 1996, liderados por Laurent-Désiré Kabila. Ele não é tutsi, mas chefia um movimento guerrilheiro desde os anos 1960.
A revolta conta com o auxílio da vizinha Uganda e do recém-instaurado regime tutsi de Ruanda e ganha adesão popular. Os rebeldes entram em Kinshasa em maio de 1997, sob os aplausos da população. Kabila assume o poder e retoma a designação de República Democrática do Congo (RDC) - nome vigente de 1964 a 1971. Mobutu foge e morre de câncer, em setembro, no Marrocos.
Guerra civil - Kabila suspende os partidos e proíbe manifestações. Tensões com antigos aliados, os tutsis baniamulenges, levam à ruptura com os governos de Uganda e Ruanda. Em 1998, militares baniamulenges se amotinam, e a revolta transforma-se em guerra civil. Enfraquecido, Kabila pede socorro militar a Angola, Zimbábue e Namíbia, que enviam tropas. Uganda e Ruanda ajudam os guerrilheiros da Reunião Democrática Congolesa (RCD).
Acordo de Lusaka - Em agosto de 1999, os governos envolvidos no conflito e as facções guerrilheiras firmam cessar-fogo em Lusaka, na Zâmbia. O acordo, porém, não é cumprido. Em novembro, o Conselho de Segurança da ONU aprova a formação da missão de paz no país, chamada Monuc. No início de 2000, Ruanda e Uganda, até então aliados, passam a apoiar facções distintas - RCD e Movimento de Libertação do Congo (MLC), respectivamente - na luta pelo controle das regiões produtoras de diamante perto de Kisangani.
Fatos recentes
Em 2001, Kabila é assassinado. Seu filho, o major-general Joseph Kabila, assume a Presidência aos 29 anos e defende um processo de paz. O governo e as facções rebeldes iniciam as negociações, cujo princípio é a integridade territorial da RDC. Em 2002 saem do país as tropas de Ruanda, Angola, Namíbia e Zimbábue. E chega-se a um acordo para que os rebeldes integrem o governo.
Em abril de 2003, o presidente Kabila assina a nova Constituição, instituindo o governo provisório, encabeçado por ele, com mandato por mais dois anos e eleições ao final. O acordo institui quatro vice-presidentes (dois indicados pelos rebeldes, um por Kabila e um pela oposição legal), a formação de um Parlamento provisório e a integração dos grupos armados no Exército. Prevê-se também a vinda de forças de paz da ONU. Em maio, as tropas de Uganda saem da RDC.
Governo transitório - Kabila nomeia o novo governo em julho, e o Parlamento é instalado em seguida, com representantes dos rebeldes, da oposição e de partidários de Kabila. Mas os combates não cessam completamente, sobretudo no leste da RDC. Em março de 2004, o governo anuncia que derrotou uma tentativa de golpe, feita por homens ligados ao ex-presidente Mobutu. Em junho, há nova tentativa de golpe encabeçada por oficiais ligados à chamada linha dura, que se opõe ao entendimento do governo com os rebeldes. Doze envolvidos são presos.Tensão étnica - No mesmo mês, 2 mil homens ligados à RCD - grupo que integra o governo provisório - ocupam Bukavu, no leste do país. O pretexto é proteger os tutsis baniamulenges de violências étnicas. Kabila acusa o governo tutsi de Ruanda de apoiar o grupo e cresce o risco de guerra. Em várias cidades, incluindo Kinshasa, as forças da ONU são atacadas por manifestantes sob a acusação de omissão em Bukavu, e há 12 mortes, incluindo dois soldados da ONU. Dias depois, porém, as tropas rebeldes se retiram da cidade. Em outubro, a ONU decide ampliar a força de paz na RDC de 10,8 mil para 16,7 mil homens. Apesar da persistência dos conflitos, o presidente Kabila reafirma, em outubro, o objetivo de realizar eleições gerais em 2005.
Riquezas minerais são alvo de cobiça
O envolvimento de cinco países e vários grupos guerrilheiros na guerra civil na República Democrática do Congo tem como pano de fundo a disputa por um território com riquezas minerais como diamante, ouro, estanho e nióbio. A Organização das Nações Unidas (ONU) combina a pressão pela retirada das tropas estrangeiras, com a presença da força de paz e a divulgação de relatórios acusando Uganda e Ruanda de saquearem o país vizinho. O Conselho de Segurança da ONU condena, em 2001, a exploração ilegal de recursos naturais na RDC. O documento traça uma relação direta entre o conflito e o saque das riquezas, aponta líderes de grupos armados e dos países vizinhos como beneficiários diretos da pilhagem (incluindo a família do presidente de Uganda, Yoweri Museveni) e ameaça os envolvidos com sanções.O relatório cita também como beneficiários o Burundi, que apóia rebeldes, e o Zimbábue, aliado do presidente Kabila, que teria explorado a maior mina de diamantes do país em troca do fornecimento de armas. A ameaça de sanções exerce forte pressão para acelerar a retirada das tropas estrangeiras da RDC, encerrada em maio de 2003. Em novembro, a ONU adota nova resolução condenando a exploração ilegal dos recursos da RDC e ligando-os ao tráfico de armas na região e aos conflitos, que prosseguem em 2004.
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é muito triste a situação do congo. aquele pais vive em conflito, além de ter serios problemas com a aids e o virus ebola. o mundo precisa dar atençaõ especial não só a esse pais, mas a toda a africa que está excluida do processo de globalização, constituindo um continente atrasado e sem recursos, dependente totalmente de investimentos externos.
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