segunda-feira, 22 de setembro de 2008

FOCO 37: A CORÉIA DO NORTE AFRONTA OS EUA !

O mapa acima se refere à localização geográfica das CORÉIAS. nesta publicação, estaremos analisando a sua história, divisão, e os conflitos recentes com os EUA !
O mapa acima, se refere aos reatores Nucleares, do programa Nuclear Norte-Coreano, tão polêmico, e gerador de conflitos com os EUA, e a Comunidade Internacional.

Criação da Coréia do Norte dividiu a península oficialmente
Coréias eram separadas pelo paralelo 38°
No dia 9 de setembro de 1948 era proclamada a independência da República Democrática Popular da Coréia. Nascia assim a Coréia do Norte, separando a península em dois países distintos, o norte socialista - com apoio da URSS - e a Coréia do Sul, com apoio dos Estados Unidos. Dois anos mais tarde, as duas Coréias iniciariam um confronto que duraria 3 anos: a Guerra da Coréia.
Conflito militar que se desenvolve de 1950 a 1953, opondo a Coréia do Norte e a China, por um lado, e a Coréia do Sul, os Estados Unidos (EUA) e as forças das Nações Unidas, por outro. Ao final da II Guerra Mundial, em 1945, a Coréia é dividida em duas zonas de ocupação – uma norte-americana, ao sul, e outra soviética, ao norte –, que correspondem ao antagonismo da Guerra Fria. Os dois setores são separados pelo paralelo 38º, como ficara estabelecido na Conferência de Potsdam. Em 1947, a ONU (Organização das Nações Unidas) forma uma comissão, não reconhecida pela União Soviética (URSS), para reorganizar o país por meio de eleições nas duas zonas. Dirigentes do Partido Comunista Coreano (PCC) assumem posições de comando na zona soviética. As negociações para a unificação fracassam e, em 1948, são criados dois Estados distintos: a Coréia do Norte (República Democrática Popular da Coréia) e a Coréia do Sul (República da Coréia). A primeira é ligada ao bloco soviético e a segunda, pró-ocidental. Os dois governos reivindicam jurisdição sobre a totalidade do território coreano, o que torna a área de fronteira uma região de tensões e incidentes.
Após a retirada das tropas da URSS, em 1948, e dos EUA, em 1949, tem início uma intensa batalha propagandística entre os dois países.
Em 25 de junho de 1950, tropas da Coréia do Norte, a pretexto de violação do paralelo 38º, realizam um ataque surpresa e invadem o sul. É uma tentativa de unificar o país sob o regime comunista. No mesmo dia, o Conselho de Segurança da ONU, aproveitando-se da ausência do representante da URSS, declara a República Popular agressora e nomeia o general norte-americano MacArthur para chefiar tropas de intervenção na Coréia.
Em 15 de setembro, forças da ONU, compostas quase totalmente de soldados dos EUA, sob o comando de MacArthur, lançam uma contra-ofensiva em Inchon. A URSS não se envolve diretamente, limitando-se a dar ajuda militar aos norte-coreanos. Os combates são violentos e as tropas da ONU avançam pelo território da Coréia do Norte.
No final de outubro, os norte-coreanos são empurrados de volta para o rio Yalu, próximo à fronteira chinesa. Ameaçado, o governo da China entra na guerra, com uma grande ofensiva que força o recuo das tropas de MacArthur. Em 4 de janeiro de 1951, os chineses conquistam Seul, capital da Coréia do Sul.
Uma nova ofensiva norte-americana, entre fevereiro e março, empurra as tropas chinesas e norte-coreanas de volta ao paralelo 38º. Daí em diante, as posições permanecem inalteradas em mais dois anos de combate, com muitas baixas de ambos os lados. A paz vem somente com o Armistício de Panmunjom, assinado em 27 de julho de 1953. O acordo mantém a fronteira definida em 1948 e estabelece uma zona desmilitarizada entre as duas Coréias. O conflito, no entanto, continua sem solução definitiva e provoca tensões entre os dois países até hoje.

O conflito nuclear norte-coreano, passo a passo
Veja a cronologia do conflito entre a Coréia do Norte e os Estados Unidos, desde a Guerra Fria
Efe
As contínuas ameaças feitas pela Coréia do Norte de que "no futuro" realizaria um teste nuclear para demonstrar seu descontentamento com a política dos Estados Unidos, se concretizaram no dia 9. Segundo o governo norte-coreano, "a ameaça dos EUA em desatar uma guerra nuclear junto com as sanções e pressões obrigam a República Democrática Popular da Coréia a realizar um teste nuclear".
Cronologia da crise:
1987 : Após 27 anos de investigações, a Coréia do Norte coloca em andamento o reator nuclear de Yongbyon, com capacidade teórica para construir armas nucleares.
1992 : 25/5: Uma delegação do Organismo Internacional de Energia Atômica (Oiea) liderada por Hans Blix informa, após uma inspeção, que Pyongyang não é capaz produzir armas nucleares.
1993: 12/3: Coréia do Norte, que aderiu em 1985 ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), anuncia sua saída em três meses ao alegar manobras dos EUA e Coréia do Sul.
. 2-11/6: Coréia do Norte e EUA realizam o primeiro encontro oficial em Nova York, onde renunciam ao uso da força, incluindo as armas nucleares, e se comprometem a respeitar umas as outras. Pyongyang suspende sua retirada do TNP.
. 14-19/7: Segunda reunião e Coréia do Norte se compromete ao diálogo com a Oiea se os EUA ajudarem a reconstruir seus reatores.
1994: 8/7-12/8: Terceira reunião. Coréia do Norte aceita substituir seus reatores tradicionais por outros de água leve (que utilizam urânio e plutônio de baixa potência), um deles proporcionado pelos EUA.
. 21/10: Firmação do Acordo Básico no qual Coréia do Norte se compromete a congelar seu programa nuclear em troca da construção em 10 anos de reatores de água leve. EUA e outros países contribuiriam com petróleo.
2002: 29/1: O presidente dos EUA, George W. Bush, inclui a Coréia do Norte no "eixo do mal", junto cxom Irã e Iraque, e exige aos três que abandonem seus programas de armas de destruição massiva.
. 17/10: EUA informam de que em una visita do enviado norte-americano James Kelly a Coréia do Norte, foi constatada a retomada do programa nuclear, violando os acordos de 1994.
. 29/11: A Oiea exige o fim de seu programa nuclear e a abertura das instalações.
. 27/12: Coréia do Norte anuncia a expulsão dos dois inspetores da Oiea.
2003 : 10/1: Coréia do Norte anuncia na ONU que se retirará do TNP e qualifica a Oiea como um instrumento dos EUA.
. 23-25/4: China e a comunidade internacional convencem os dois líderes dos dois países a se encontrarem em Pequim.
. 27-29/8: Primeira rodada em Pequim das seis partes diretamente afetadas pela crise (EEUU, ambas Coréias, Japão, China e Rússia), sem resultados.
. 30/9: Coréia do Norte afirma que aumentará sua força nuclear se EEUU não acabarem com a política hostil.
. 9/12: Coréia do Norte exige aos EEUU que removam o país da "lista negra" de nações que apóiam o terrorismo, suspendam as sanções econômicas e militares e que proporcionem energia como condições para uma segunda reunião multilateral.
2004 : 6/2: Abdul Qader Khan, cientista fundador do programa de armamento nuclear do Paquistão, admite ter transferido tecnologia nuclear secreta a Coréia do Norte.
. 25-28/2: Na segunda rodada de negociações em Pequim, os "seis" concordam criar grupos de trabalho para as conversações.
. 23-26/6: Terceira rodada em Pequim, sem resultados.
. Setembre: Coréia do Norte boicota a quarta rodada, alegando que a atitude "agressiva" dos EUA impede o diálogo.
2005 : 18/1: A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, qualifica a Coréia do Norte como "reducto da tirania" e ameaça usar a força.
. 10/2: Coréia do Norte anuncia, pela primera vez oficialmente, que possui arsenal nuclear, assim como a retirada dos diálogos.
. 9/7: Após conseguir um acordo em uma reunião secreta com EUA em Pequim, a Coréia do Norte anuncia sua volta às negociações.
. 13/9: Com várias semanas de atraso, a rodada é retomada, e a Coréia do Norte introduz a exigência de um reator de água leve para gerar energia nuclear com finalidades civis. A idéia é negada pelos EUA.
. 19/9: Coréia do Norte se compromete a abandonar seus programas nucleares de armamento e regressar o quanto antes ao TNP. EUA confirmam que não existem armas nucleares na península coreana e não têm intenção de invadir o país.
. 9/11: Começa a quinta rodada do diálogo em Pequim.
2006 : 21/6: EUA adverte que o lançamento de um míssil de longo alcance por parte da Coréia do Norte seria percebido como uma ameaça clara à paz e a segurança internacional por seu país, "principalmente, se passar por cima do território japonês".
. 5/7: Coréia do Norte testa pelo menos sete mísseis, em uma atitude considerada como provocação.
. 30/8: Coréia do Norte reitera que não retornará às negociações sobre seu programa nuclear até que EUA levante as sanções.
9/10: Coréia do Norte realiza teste nuclear subterrâneo.

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O TEMA

Por que o teste nuclear feito pela Coréia do Norte chamou tanta atenção?
O teste nuclear subterrâneo realizado pela Coréia do Norte em outubro de 2006 ocorre após quatro anos de um progressivo aumento de tensão entre os governos do ditador norte-coreano Kim Jong-il e do presidente americano George W. Bush. O teste, além de confirmar o ingresso da Coréia do Norte no seleto time das potências nucleares, também pode alterar a geopolítica e a distribuição de poder no leste do continente asiático. Países como Japão e Coréia do Sul, tradicionalmente pacifistas, vêem agora, na vizinha Coréia do Norte, uma ameaça real. É possível que, a partir do teste nuclear norte-coreano, japoneses e sul-coreanos também passem a defender a necessidade de militarização, lançando programas armamentistas para a confecção de equipamentos com o mesmo poder destrutivo.

Por que o Japão e a Coréia do Sulse sentem ameaçados?
Ambos os países possuem um histórico de agressões e rivalidades relacionado à Coréia do Norte. Os agravantes começaram em 1910, quando o Japão anexou a região e tentou suprimir o idioma e a cultura locais. Com a rendição japonesa na II Guerra, em 1945, a península da Coréia é dividida em duas zonas de ocupação - uma americana, ao sul, e outra soviética, ao norte -, correspondendo ao antagonismo da Guerra Fria. Em 1948 são criados dois Estados: Coréia do Norte e Coréia do Sul, ambos reivindicando direito sobre todo o território coreano. Em 1950, os norte-coreanos invadiram o sul. A ONU enviou tropas - soldados americanos, em sua maioria - à região e ocupou a Coréia do Norte. A partir de então, a China entrou na guerra e, em 1951, conquistou Seul, a capital da Coréia do Sul. Nova ofensiva dos EUA forçou o recuo das tropas chinesas e norte-coreanas. Mais de 5 milhões de pessoas morreram em três anos de guerra. A trégua assinada em 1953 criou uma zona desmilitarizada entre as duas Coréias. Entre os acontecimentos recentes, sabe-se que, em junho de 2002, navios de ambos os países trocaram tiros. Quatro militares sul-coreanos e cerca de 30 norte-coreanos morreram. Um encontro ministerial, em agosto do mesmo ano, quebrou o mal-estar e os dois países começam a retirar minas da fronteira.

Qual o interesse da Coréia do Norteem realizar o teste neste momento?
Acredita-se que o teste tenha sido realizado com a máxima urgência pelo líder norte-coreano Kim Jong-il, que aparentemente desistiu de negociar com autoridades americanas e da ONU. Há vários anos o país vem usando o desenvolvimento nuclear como pretexto para barganhar privilégios e ajuda financeira dos Estados Unidos e de alguns países europeus. Percebendo que suas exigências não seriam atendidas (a imprensa estatal norte-coreana já noticiava que os americanos apenas esperavam um momento propício para atacar e destruir as instalações nucleares do país) e que até mesmo a China - sua única aliada real - já havia aprovado sanções internacionais contra seu país, Kim antecipou-se e concretizou o teste de capacidade nuclear. Com a ação, ele tenta mostrar ao mundo que não estava blefando e garante, ao menos temporariamente, sua autoridade no ambiente doméstico.

O que se sabe a respeito do programa norte-coreano de desenvolvimento de armas nucleares?
O próprio governo norte-coreano anuncia abertamente suas pretensões de construir um arsenal bélico nuclear de alta tecnologia. Contudo, devido à extrema proteção em torno do projeto, é muito difícil para outros países verificarem as afirmações. Grande parte dos especialistas em controle de armamentos suspeita que o país realmente busque um programa armamentista nuclear ativo. O projeto teria sido inaugurado secretamente e interrompido, ao menos teoricamente, em 1994, ano em que Kim ratificou um acordo de não-proliferação de armas nucleares com os EUA. Porém, em 2002, o reator nuclear norte-coreano de Yongbyon voltou a funcionar e, em 2003, o país rompeu oficialmente o pacto assinado em 1994. Ao mesmo tempo, dois inspetores nucleares da ONU foram forçados a deixar o país. Desde então, é incerto o quanto teria avançado o trabalho no reator. Segundo especialistas consultados por agências internacionais, o reator seria capaz de produzir plutônio suficiente para abastecer uma ogiva nuclear por ano. A agência americana de inteligência (CIA), contudo, suspeita de um programa paralelo de Kim, capaz de enriquecer urânio suficiente para produzir "duas ou mais" ogivas por ano a partir de meados desta década.

Quantas armas nucleares a Coréia do Norte já possui?
Como as inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica, órgão ligado à ONU, foram interrompidas, é praticamente impossível informar com precisão o número de bombas nucleares que a Coréia do Norte já possui. Especialistas europeus estimam que o país tenha extraído plutônio suficiente para a produção de, no máximo, duas ogivas. Contudo, projeções americanas apontam que até dez ogivas nucleares funcionais já poderiam estar sob o controle de Kim. Esse elevado número de armas nucleares se deve, segundo a Casa Branca, à possibilidade de muitos dos 8.000 núcleos de combustível atômico armazenados pela Coréia do Norte em 1994 terem sido processados, desde então, para a confecção de bombas.

A Coréia do Norte poderia realizar um ataque nuclear à distância?
Apesar de já ter testado com sucesso um dispositivo nuclear e de possuir mísseis transcontinentais capazes de percorrer milhares de quilômetros, especialistas em segurança consultados por agências internacionais acreditam que a Coréia do Norte ainda não possui um míssil nuclear funcional. Isso porque a ogiva nuclear tem que ser extremamente pequena para abastecer um míssil, o que exige um elevado grau de desenvolvimento em micro-eletrônica e nanotecnologia para sua confecção. Acredita-se que, ao menos por enquanto, a Coréia do Norte só poderia utilizar uma de suas bombas nucleares lançando-a de aviões, atividade que pode ser facilmente monitorada pelos americanos e seus aliados.

De que adiantou a recente convenção internacional ratificada em 2005?
Apesar do novo acordo prever mais uma vez o fim da corrida armamentista nuclear (o que gerou bastante otimismo quando o texto foi ratificado), seu efeito prático foi quase inexistente. A principal razão do fracasso se deve ao fato de as partes mais sensíveis e complexas em relação ao impasse com a Coréia do Norte não terem sido incluídas na convenção. Por exemplo, não mencionou-se, no texto final, os programas nucleares secretos incentivados por Kim Jong-il. Além disso, o pacto não definiu o destino das instalações e bombas nucleares norte-coreanas já existentes e também não resolveu as discordâncias sobre futuras inspeções da ONU no país.

Qual é a conjuntura internacional relacionada a essa crise?
As relações entre Estados Unidos e Coréia do Norte pioraram significativamente desde 2002, ano em que o presidente americano George W. Bush rotulou a Coréia do Norte como um país pertencente ao chamado "eixo do mal". A tensão aumentou em outubro do mesmo ano, quando a Casa Branca acusou a existência de um programa nuclear secreto promovido pelo ditador. Autoridades americanas voltadas para o combate ao terrorismo temem a instabilidade internacional que uma Coréia do Norte nuclear pode gerar - não só pelas ameaças no leste asiático, mas também pela possibilidade de venda de arsenal bélico nuclear para organizações extremistas internacionais. Suspeita-se que a intenção inicial norte-coreana era usar o argumento do desenvolvimento nuclear para pleitear um pacto de não-agressão com os Estados Unidos e o recebimento de ajuda financeira internacional. Agora que Kim Jong-il parece ter abandonado a intenção de negociar, tanto Estados Unidos quanto seus aliados precisarão repensar suas estratégias.

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Coréia do Norte comemora 60 anos de fundação
Cerimônia em Pyongyang teve desfile militar, mas sem a presença do líder Kim Jong-il
Tokyo - Efe, 10/09/08
Militares participam da celebração dos 60 anos de fundação da Coréia do Norte
A Coréia do Norte comemorou na terça-feira (dia 9) o 60º aniversário de sua fundação com o tradicional desfile militar, mas sem a presença do líder Kim Jong-il, ausente do meio político há semanas. Muitos observadores políticos e agências de espionagem da Coréia do Sul, Estados Unidos e dos demais países envolvidos no diálogo nuclear com a Coréia do Norte esperavam a aparição do líder durante o desfile em Pyongyang.
Kim Jong-il foi visto em público pela última vez em 14 de agosto, o que aumentam as especulações sobre seu estado de saúde, tido como precário, devido a seus excessos com a alimentação e o álcool. Kim, que ocupa o cargo de presidente da Comissão de Defesa Nacional, tem 66 anos, e estaria sofrendo de diabetes e problemas cardíacos.
Apesar da ausência do líder, milhares de norte-coreanos ocuparam as principais avenidas da capital para assistir ao espetacular desfile militar, que reuniu tropas e exibiu o arsenal de guerra do país. No final do mês passado, Pyongyang interrompeu o processo de desnuclearização negociado com Coréia do Sul, Rússia, Japão, China e EUA, países que integram o diálogo multilateral. Poucos dias mais tarde, o país teria iniciado a reconstrução do reator da central de Yongbyon, a maior instalação nuclear norte-coreana, o que foi negado por Washington.

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